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Sobradinhense é voluntária em testes de vacina contra a Covid-19

A farmacêutica Martina Cassol Turcato tem 28 anos, coragem e muita vontade de fazer com que a ciência vença o obscurantismo que vem assolando o mundo na esteira da pandemia de coronavírus. Ela é uma das voluntárias para o teste da vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, entidade que dispõe de ampla credibilidade na área de vacinas. A sobradinhense afirma que ficou sabendo dos testes da Corovanac pelos meios de comunicação. “Estavam chamando profissionais de saúde da região de Pelotas. Então, entrei em contato para fazer a triagem”, salienta.

Martina passou na semana passada pela triagem, a qual consiste em realizar entrevista com um médico, bem como a leitura e a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. “Como mulheres gestantes não podem participar, fiz teste de gravidez, realizei coleta de PCR para o teste de Covid-19, este feito por via nasal, com cotonete; coleta de sangue para o teste sorológico e outros testes não especificados. Também fizeram aferição de pressão arterial, temperatura, oximetria, peso, altura e circunferência abdominal”, explica.


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Após todos os protocolos de verificação, foi aplicada a vacina ou o placebo – afinal, se trata de um estudo que se chama de duplo-cego. Nesse tipo de pesquisa, nem quem recebe ou quem aplica sabe se é realmente a vacina. “Não senti nada de diferente, foi bem tranquilo”, comenta Martina. O voluntário tem de ficar por uma hora no local, uma vez que os pesquisadores precisam saber se a pessoa vai apresentar algum tipo de reação adversa grave. “Depois disso, a gente volta para uma consulta na intenção de verificar se está tudo certo. Se tudo estiver bem, o voluntário é liberado. Até o momento, não tive qualquer problema com a aplicação”, comenta.

Martina já recebeu uma dose da vacina Coronavac


A farmacêutica recebeu um diário para preencher, no qual devem constar os medicamentos tomados e todo tipo de alteração que venha a ter. “Também terei de voltar ao local de testes para verificações. Em 15 a 28 dias, vou voltar para nova coleta de sangue e receber a outra dose. Depois vou mais duas vezes para coleta e verificação de resposta imune”, destaca.

As impressões de Martina com a pesquisa são as melhores. “Achei excelente. Tudo muito correto e bem organizado. Trata-se de uma pesquisa feita pelo Butantan, uma instituição de grande renome que produz diversos insumos farmacêuticos para o País. Todas as dúvidas foram sanadas e eles se responsabilizam pelo tratamento. Tudo muito correto e claro”, afirma. “Eu fui voluntária para dar minha contribuição para a ciência, para fazer a diferença no meu País.”

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Martina é farmacêutica pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e fez residência em terapia intensiva e controle de infecção em hospitais de Porto Alegre. Atualmente, é funcionária concursada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

Testes estão sendo coordenados pelo Butantan

Os testes da Coronavac no Brasil estão sendo coordenados desde julho pelo Butantan em 16 centros de pesquisa científica espalhados por sete Estados brasileiros e o Distrito Federal. Até janeiro, o instituto espera deter 46 milhões de doses da vacina. Como o processo de produção deste tipo de imunizante é muito similar ao dos demais fabricados e desenvolvidos pelo instituto paulista, uma campanha de vacinação poderá começar tão logo a Coronavac seja registrada pela Anvisa.

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No total, são 13 mil voluntários envolvidos nos estudos no Brasil. A pesquisa utiliza o modelo duplo-cego, em que metade dos voluntários recebe doses de vacina, enquanto os demais um placebo sem eficiência contra a doença. Com a abertura do estudo, será possível identificar quantos voluntários contaminados estavam ou não protegidos pelo imunizante.

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A vacina do Butantan é considerada uma das mais promissoras em comparação a outros imunizantes em fase de testes. Os resultados da fase anterior de estudos clínicos da Coronavac foram publicados pela revista científica Lancet, uma das mais importantes do mundo. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.

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Mais vacinas

Os pesquisadores da vacina da Universidade de Oxford e do Laboratório AstraZeneca (Inglaterra/Suécia) anunciaram que o imunizante, além de ser seguro (sem reações adversas sérias), produz uma imunização média de 70% e que pode alcançar até 90%, dependendo da dosagem.

Também estão sendo testadas as vacinas da Pfizer/Biontech (EUA/Alemanha), do laboratório Janssen (braço da empresa Johnson & Johnson, dos EUA), do Instituto Gamaleya (da Rússia, que desenvolve a Sputnik V) e da empresa indiana Bharat Biotech (que desenvolve a vacina Covaxin). A vacina da Pfizer/Biontech é a que está em fase mais avançada. Além de ser segura, na semana passada informou ter 95% de eficácia.

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