Em 2011, a Rádio Gazeta produziu uma série intitulada Diários do Poder: histórias dos bastidores de quem governou Santa Cruz. Arno Frantz foi uma das figuras entrevistadas. Quando questionado até quando faria política, ele disse que só quando morrer. “Quando perguntarem: o Arno Frantz deixou de fazer política? Mas por quê? Ele morreu. Aí sim não farei mais política”, disse.
Ele foi o prefeito que ficou mais tempo à frente do Executivo. Foram dois mandatos, que somaram dez anos. O primeiro teve como vice Armando Wink, e Arno contou uma promessa que poderia ter impedido que a dupla chegasse à vitória. “Ele disse que jamais seria político e que se preocupava com a empresa. Estávamos no prazo final de escolha dos candidatos e ele havia prometido para a esposa que iria para a Alemanha comemorar os 25 anos de casamento. Com muito custo ele aceitou, mas a viagem teria que ser cumprida.”
Arno então achou uma boa desculpa para explicar a ausência do vice nos primeiros dias. “Fizemos fotografias, ele assinou os papéis necessários e ele partiu. Comecei a trabalhar com o grupo e, quando me perguntavam da falta, eu dizia que ele foi para a Alemanha fazer um curso e se preparar para ser meu vice-prefeito”, contou aos risos.
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Dos dois mandatos, ele disse que o primeiro foi o mais difícil. “Havia falta de energia em Linha João Alves, Rio Pardinho, Linha Santa Cruz, Monte Alverne. Fizemos empréstimos para isso.” Outras melhorias lembradas foram com relação às enchentes, com saneamento pela cidade, a troca do local da rodoviária, o Poliesportivo, em que a oposição diria que seria um ‘elefante branco’. Trabalhamos em cima de projetos. A Avenida do Imigrante, por exemplo, era uma sanga que ninguém reclamava, porque ninguém passava por ali. O mesmo ocorreu com a Coronel Oscar Jost, que era fechada dos dois lados. Compramos máquinas, deixamos o povo satisfeito. No final de semana tinha o movimento da gurizada, da nova geração.”
Saudades
Arno lembrou com carinho e lágrimas nos olhos da esposa Edeltraud, já falecida na época da entrevista. “Ela foi meu braço direto. Também mandava, porque mulher manda na gente. Esteve sempre presente.”
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