Se pudessem escolher uma forma de trabalho ideal, 46% dos servidores estaduais ouvidos na primeira Pesquisa sobre Teletrabalho no Serviço Público do Rio Grande do Sul optariam por um formato misto para cumprir as atividades (parte presencial e parte em teletrabalho). Também a partir da experiência vivida nos últimos meses de pandemia do novo coronavírus, outros 29% prefeririam exclusivamente o regime de teletrabalho e 7% unicamente o trabalho presencial.
A consulta, realizada entre 27 de julho e 16 de agosto, contou com a resposta de 4.998 voluntários, todos servidores ativos dos órgãos e secretarias do governo estadual que estão vivenciando as novas orientações da administração estadual em função das estratégias de combate à Covid-19. Os resultados mostraram uma nova relação com o processo de trabalho no poder público em áreas em que é possível oferecer essa alternativa e forneceu pistas sobre a percepção dos trabalhadores em relação ao home office, o impacto na realização das tarefas e também em relação a aspectos socioemocionais.
Para 83% das pessoas que responderam à pesquisa, o período atual é a primeira experiência com teletrabalho, sendo que 49,66% têm mais de dez anos de serviço público e 28,83% atuam no Estado por um período entre cinco e dez anos. O home office integral está sendo a forma de trabalho de 57,58% dos participantes da sondagem, enquanto o modo híbrido (parte teletrabalho e parte presencial) é a realidade de 34,59% dos servidores ouvidos e 7,82% está apenas em trabalho presencial. Para 40% dos servidores ouvidos, as metas de equipe foram mantidas com o novo regime e 9% tiveram as metas ampliadas no período.
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Em relação ao balanço entre carga horária e quantidade de trabalho diário, 43% afirmaram buscar um equilíbrio entre as horas trabalhadas e o volume de tarefas a fazer, enquanto 34% disseram se basear apenas na quantidade de trabalho a ser feito, sem contabilizar o número de horas. Considerando a média de horas semanal de trabalho, 40,38% dos servidores disseram que não perceberam alteração, enquanto 34,09% afirmaram que viram aumentar o tempo trabalhado e 11,9% constataram uma redução na carga.
Flexibilidade de horários (22%), redução dos gastos com deslocamento (20%) e flexibilidade de modos e ritmo de trabalho (18%) foram apontadas na pesquisa como as principais vantagens do regime de teletrabalho, quando comparado ao presencial. Entre as principais desvantagens, a menor interação presencial (33%) foi a mais citada, enquanto 30% dos que responderam à sondagem não identificaram pontos negativos.
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Entre os aspectos socioemocionais, a sondagem apontou que 53,5% dos participantes estão fazendo menos atividade física no período de pandemia, sendo que 42,97% afirmaram que o contexto de combate à Covid-19 afetou negativamente a saúde mental, enquanto 30,43% dos que responderam a questão tiveram menos horas de sono e com pior qualidade.
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“Essa experiência é significativa não só à administração pública, mas ao próprio servidor diante de uma nova realidade. Estabelecer indicadores de produtividade, acompanhar e gerir o resultado disso permite agregar mais valor público e eficiência ao serviço prestado”, destaca a diretora de Recursos Humanos do Estado, Andrea Quadros Pasquini.
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Perfil dos servidores e atividades
Entre os quase 5 mil servidores que responderam voluntariamente ao questionário, a maioria (59,98%) reside em Porto Alegre e é do sexo feminino (56,68%). Servidores estatutários representaram 66,61% das respostas e 42,48% afirmaram ter pós-graduação em nível de especialização completa ou incompleta e 38,36% completaram ou iniciaram o Ensino Superior.
Trabalhos administrativos eram a principal atividade de 77,57% dos servidores. A maioria dos participantes (66%) afirmou não ter recebido nenhuma capacitação ou treinamento para utilizar as ferramentas mais usadas para teletrabalho e 50,5% das pessoas responderam que reuniões a distância são menos cansativas do que as reuniões presenciais.
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Pesquisa de teletrabalho
Fruto de uma parceria com a Fundação João Pinheiro (FJP), de Minas Gerais, a sondagem é uma iniciativa da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), por meio da Subsecretaria de Gestão de Pessoas (Sugep), e visa compreender o impacto do teletrabalho na vida dos servidores. Além do Rio Grande do Sul, a FJP também atua em conjunto com os governos de Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco e Santa Catarina.
“Essa pesquisa é um importante instrumento para que o Estado possa aprimorar os seus processo e normativas e ainda melhorar as condições de trabalho dos seus servidores, de forma a aumentar a produtividade e a qualidade dos serviços prestados. Com base na pesquisa, sabemos que a maioria dos nossos servidores prefere cumprir parte da sua jornada de trabalho em regime de teletrabalho após a pandemia, inclusive 34% deles disseram que a sua média de horas semanais trabalhadas aumentou no teletrabalho. Nesse sentido, já instituímos um grupo de trabalho com a participação de diversos órgãos do Estado para discutir a regulamentação do teletrabalho no pós-pandemia”, afirma a subsecretária de Gestão de Pessoas da SPGG, Iracema Castelo Branco.
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