A Associação Pró-Ensino em Santa Cruz (Apesc), mantenedora do Hospital Santa Cruz (HSC), tem como um dos grandes objetivos para 2024 encontrar alternativas para superar a crise financeira enfrentada pela casa de saúde. Com déficit de R$ 18 milhões em 2022 e ainda aguardando a consolidação dos números do ano passado, o HSC contratou uma consultoria externa especializada para identificar problemas e elaborar possíveis soluções. O relatório foi concluído e apresentado ao conselho em dezembro de 2023.
Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o presidente da Apesc e também reitor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Rafael Frederico Henn, recordou que 83% dos atendimentos feitos pelo HSC são por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja tabela de valores pagos aos prestadores de serviços está defasada há mais de 20 anos. “Existem alguns procedimentos que quanto mais se faz, maior é o prejuízo”, afirmou. A mesma situação, segundo ele, é percebida em Venâncio Aires, Cachoeira do Sul e outros municípios que possuem hospitais com alto percentual de demandas do SUS.
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Os próximos passos, de acordo com Henn, envolvem visitas à Prefeitura, Câmara de Vereadores, governo do Estado e empresários, em parceria com a Associação Comercial e Industrial (ACI) e Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp). “Queremos mostrar a importância de um hospital regional que atende muito pelo SUS, as dificuldades existentes e de que forma podemos qualificar e não perder esse serviço.” Se a situação atual persistir, salientou, há o risco da suspensão de determinadas operações.
De posse das conclusões apontadas pela consultoria, Henn afirma ser possível realizar mudanças para melhorar a situação financeira. Tudo isso, contudo, exigirá responsabilidade, transparência e muito diálogo com Município, Estado e União, visto que os três entes federativos contribuem para custear as atividades do HSC. “Tenho dito, desde que recebemos o relatório, que se nada for feito, seria uma irresponsabilidade, principalmente da minha parte enquanto presidente da mantenedora.”
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Um dos pontos destacados pelo documento e adiantados por Henn diz respeito à referência do HSC para algumas áreas, como traumatologia, para a qual a instituição recebe pacientes de 26 municípios das 8ª e 13ª Coordenadorias Regionais de Saúde. Uma das propostas será um maior repasse de recursos por parte dessas prefeituras. “Volto a dizer: precisamos mostrar a importância de uma instituição regional com amplo atendimento pelo SUS. Se nada for feito, em um futuro próximo, talvez tenhamos que reduzir a carga SUS e até mesmo fechar ou vender o hospital.” Afirma, contudo, que essas são as últimas alternativas e há otimismo quanto à melhora do cenário.
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