Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta sexta-feira, 19, o diretor do Hospital Santa Cruz, Vilmar Thomé, afirmou que a situação ficará insustentável em até três meses em razão da falta de repasses para complementar a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). “É evidente que nenhuma instituição vai aguentar por muitos meses. Não é uma questão de um ou dois anos. Falo de um, dois ou três meses. Estamos tendo um déficit mensal de R$ 1,5 milhão. Isso é insustentável a curtíssimo prazo”, revelou. A afirmação foi dada dois dias após a Secretaria Estadual de Saúde informar que cortará o repasse, aos hospitais filantrópicos, do Incentivo de Cofinanciamento da Assistência Hospitalar (IHOSP), que representa R$ 25 milhões mensais.
O Hospital Santa Cruz tem contrato com o Município, que é quem deve repassar os valores obtidos junto aos governos estadual e federal. O acordo vencerá em 31 de julho deste ano e a expectativa da direção do HSC é de que encontre apoio da esfera municipal. Atualmente, a Prefeitura repassa R$ 250 mil por mês à instituição para cobrir parte dos custos. “Precisamos ampliar um pouco esse volume, temos cálculos e justificativas pra isso, para compensar em parte essa saída do governo do Estado nesse momento”, disse. Segundo ele, por enquanto, a instituição não reduziu o volume de atendimentos pelo SUS. Entretanto, conforme informou na quarta-feira, 17, o diretor administrativo do hospital, Egardo Kuentzer, a instituição estuda medidas para adequar os serviços oferecidos.
Na quarta-feira, 18, ao fim de uma audiência pública, promovida pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre, a Secretaria Estadual de Saúde informou que não irá repassar a verba de IHOSP aos hospitais filantrópicos. O projeto com o valor de R$ 300 milhões para o ano foi sancionado pelo governador Tarso Genro. No entanto, a portaria que autoriza o repasse expirou em dezembro e deveria ter sido publicada em janeiro deste ano. O IHOSP é uma ajuda de custo do conjunto de procedimentos de média complexidade da assistência hospitalar, em razão do valor defasado da tabela do Sistema Único de Saúde. Divido em 12 parcelas de R$ 25 milhões, ele seria pago às instituições de acordo com a média de atendimentos de média complexidade realizadas pelo SUS no mês anterior ao pagamento. Segundo Kuentzer, o Hospital Santa Cruz recebia em torno de R$ 316 mil por mês do cofinancimento do Estado.
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