O Memorial da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) recebeu, nessa sexta-feira, 8, o 1º Simpósio Gaúcho de Cannabis Medicinal. O evento reuniu dezenas de pessoas, que abordaram os benefícios, avanços e desafios da utilização e do acesso aos pacientes da cannabis medicinal. O encontro também contou com depoimentos de pessoas que tiveram acesso ao produto para si mesmos ou para integrantes de suas famílias em razão de tratamentos.

Quem se colocou à disposição para contar sua experiência foi Luana Quoos, de 34 anos. Ela é mãe de Luan Moraes, de 5 anos, diagnosticado com autismo nível 2 de suporte aos 2 anos. Ela contou que o filho utilizou medicações convencionais, mas apenas o extrato de cannabis amenizou os sinais do distúrbio. “O Luan faz uso há oito meses e é assustadora a diferença dele no geral. Melhorou em todos os aspectos”, disse.

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Emocionada diante do público que estava no evento, Luana afirmou que a medicação deu qualidade de vida para a família. “Já tivemos momentos em que era inviável sair de casa. Essa oportunidade nos possibilitou ter convivência com outras pessoas e mudou totalmente nossa vida”, contou.

Além de divulgar casos de sucesso com o uso da cannabis medicinal, o simpósio teve como objetivo difundir informações em nível de Estado, como explicou uma das organizadoras do evento, Michele Martin, em entrevista à Rádio Gazeta 107,9 FM. “Quebrar tabus é o nosso maior objetivo. Queremos falar abertamente sobre esse assunto e talvez estimular autoridades a criar políticas públicas”, destacou.

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Michele comentou que o simpósio tem a ideia de acompanhar outros estados do Brasil que são protagonistas em relação ao uso da cannabis medicinal. “Podemos citar o Acre, que foi o primeiro, e também o Rio de Janeiro e a Bahia. Quem sabe o Rio Grande do Sul será o próximo.” Pela grande procura de interessados, Michele e as demais organizadoras do evento, Cintia Lopes e Michele Brescia, pretendem fazer uma nova edição do encontro.

Legalização

Uma das questões de destaque quando se fala em cannabis medicinal é a legalização do uso. Segundo Michele Martin, o senador Paulo Paim (PT) e o deputado estadual Leonel Radde (PT) fazem movimentos no cenário nacional e estadual para esse processo. Ela citou também que o município de Bagé encaminhou projeto à Câmara de Vereadores e espera pela aceitação do prefeito. “As políticas e os projetos de lei estão aí, basta serem aprovados. Buscamos o apoio da comunidade para que esse benefício se estenda para todos”, disse.

*Colaborou o repórter John Kaercher Machado

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