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Simon está ativo. E feliz

Na semana passada, por um desígnio do destino de jornalista, tive o privilégio de privar da companhia do ex-senador gaúcho Pedro Simon. Aos 86 anos, o caxiense, que foi deputado, governador do Estado e ministro, entre outras funções públicas, está mais ativo que nunca.
Simon acompanha diuturnamente o noticiário de Brasília. Ainda percorre o Rio Grande do Sul para proferir palestras, participar de eventos, filiar correligionários ou simplesmente contar episódios de sua biografia que se confundem com a história do Brasil.

Além da vitalidade, Simon impressiona pela generosidade. É incapaz de levantar a voz, mesmo contrariado, ou de discordar com veemência diante de absurdos proferidos por interlocutores. Da sala de apartamento simples onde mora com a esposa Ivete e o buldogue francês Aladim, na Avenida Protásio Alves, em Porto Alegre, o político recorre à mesa de centro repleta de publicações de sua autoria. Confessa que está mudando de opinião.

– Passei a vida repetindo que o Brasil era o país da impunidade, mas felizmente isso está mudando, através da Operação Lava-Jato – explica.

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O sempre senador exulta ao comentar que a força-tarefa comandada pelo juiz federal Sérgio Moro não escolhe seus alvos.

– Empreiteiros, políticos de todos os níveis, ministros, ex-governadores, grandes empresários. Todos são investigados, indiciados e, quando necessários, presos. Isso é histórico e precisa ser destacado! – acrescenta, elogiando o Ministério Público, Polícia Federal e Poder Judiciário.

Por décadas, Simon defendeu da tribuna do Senado a necessidade de instalar a CPI dos Corruptores, de maneira especial para investigar as empreiteiras que mandam em Brasília. Mas pregou no deserto porque não encontrou colegas com estatura moral e coragem semelhantes para enfrentar os poderosos.

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O RS tem o privilégio de contar com um político da estirpe de Pedro Simon, além de vê-lo ativo, entusiasmado e fonte permanente de consulta e inspiração. Ele mostra que a política não é, obrigatoriamente, corrupção, safadeza e sujeira.

Exceções devem ser reconhecidas, saudadas. Nem todos são como Renan Calheiros. Há muitos Pedro Simon por aí, à espera de um convite para emprestar decência à política.

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