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Sim, somos culpados

Os últimos anos em nosso País têm sido marcados pelo profundo sentimento de revanche e ódio exacerbado. Esta característica é marca não apenas no campo político, segmento que nunca primou pelo respeito e educação. Ir a um estádio de futebol, por exemplo, é um gesto de alto risco. Levar mulheres e crianças é temerário, embora dentro e fora dos gramados a presença feminina seja uma afirmação. Desde a saída de casa é preciso estar atento ao itinerário, cor das roupas e exata localização dentro das arenas.

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No trânsito perde-se a conta da quantidade de incidentes gerados a partir de pequenas distrações ou por infrações prosaicas. Manobras banais, motivadas por distração ao mexer no celular, não raro resultam em explosões de violência que evoluem para embates físicos, inclusive com armas brancas ou de fogo. Resultado? Feridos graves e com frequência mortos por um para-choques amassado como saldo.

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Este clima de beligerância tem sido tema reincidente para ensaios, teses e teorias nos mais variados campos de estudo. Hoje, no Brasil, a intolerância grassa inclusive em grupos que pregam justamente a necessidade de “sermos tolerantes”. A imposição de determinados comportamentos, expressões e pontos de vista transformou as redes sociais em arenas sem limites. Falta decência, sensatez, equilíbrio, discrição e alguma dose de bom senso.

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A política é segmento tradicional de onde vertem variadas manifestações que beiram comportamentos animalescos e primitivos. Nas duas últimas eleições – principalmente na refrega presidencial – assistimos a disputas de baixíssimo nível. Neste contexto, o contraditório, elemento normal na convivência humana, se transformou em espaço fértil para agressões similares à barbárie.

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Não bastasse o desequilíbrio que marcou o período pré-eleitoral em 2018 e 2022, errou quem imaginou que o eleito adotasse a ponderação necessária para dirigir uma nação do tamanho, história e grandeza do Brasil. Tão logo se encerram os festejos de posse, a metralhadora giratória do vencedor virou-se aos desafetos da campanha eleitoral. Adversários são inimigos de morte.

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O resultado disso são cenas lamentáveis que fariam corar os senadores romanos durante suas históricas orgias. Palavrões, outrora banidos até dos meios de comunicação, são considerados reações “normais”, inclusive durante entrevistas coletivas no Palácio do Planalto há muito tempo.

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Sim, leitores, elegemos mal. Elegemos pessoas que nem de longe compartilham dos nossos valores. Enquanto usarmos o voto com o fígado e não com o cérebro seremos uma nação envergonhada pelas baixarias protagonizadas por nossos representantes. Fomos nós que os colocamos lá. E sequer cobramos deles um mínimo de educação.  

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