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ANÁLISE

Siglas tradicionais perdem votos na eleição para a Câmara em Santa Cruz

Foto: Lula Helfer

Em uma eleição fora do comum, partidos tradicionais de Santa Cruz, como PP e PTB, assistiram a uma sangria de votos na disputa pela Câmara de Vereadores no último dia 15. A pulverização de candidaturas e a escalada das abstenções estão entre as razões do fenômeno.

Em um levantamento exclusivo, a Gazeta do Sul comparou o desempenho de todos os partidos que disputaram vagas no Legislativo neste ano e em 2016. O PTB, por exemplo, obteve 12,9 mil votos a menos e, com isso, viu sua bancada eleita encolher de seis para três integrantes.

Partido da prefeita eleita Helena Hermany, o PP manteve as três cadeiras, mas perdeu 4,3 mil votos de uma eleição para outra. Legendas como PSDB, MDB, PT e PSB também conquistaram menos votos.

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Na prática, isso reflete o acirramento da corrida pela Câmara Municipal neste ano, que contou com 255 candidatos – 84 a mais do que em 2016. Com isso, os votos se dissolveram. O levantamento mostrou também que, dos dez atuais vereadores que buscaram a reeleição, apenas dois – Bruna Molz (Republicanos) e Alberto Heck (PT) – receberam mais votos em 2020, enquanto os demais tiveram desempenhos piores.


Os números indicam uma média de votos bem mais baixa. Em 2016, o vereador eleito com a maior votação recebeu 3,4 mil votos e, no total, cinco parlamentares obtiveram mais de 2 mil, enquanto o menos votado recebeu 949. Já neste ano, a mais votada recebeu 2,2 mil votos e apenas dois fizeram mais de 2 mil, enquanto o menos votado entrou com 688. Além disso, em 2016 cerca de 30% dos candidatos receberam menos de cem votos; neste ano, esse percentual chegou a quase 40%.

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Outro fator que pesou foi o menor comparecimento de eleitores às urnas. Influenciada pelo cenário de pandemia, a abstenção saltou de 13,95% para 21,76% – a maior da história do município. Com 103,3 mil eleitores aptos a votar, foram contabilizados 80,8 mil votos – ou seja, quase 23 mil pessoas deixaram de participar do pleito.

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Somente sete partidos atingem o quociente eleitoral

A pulverização de candidaturas é consequência de dois fatores. Primeiro, a proibição das coligações, que obrigou os partidos a buscarem mais candidatos com o objetivo de aumentar as chances de conquistarem vagas. Depois, uma série de siglas que até a eleição anterior tinham pouca expressão no panorama político local e se tornaram forças relevantes nos últimos anos.

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É o caso do Novo, que participou pela primeira vez de uma eleição municipal, e do PSD, partido ao qual o prefeito Telmo Kirst se filiou no ano passado, carregando consigo uma série de quadros de diferentes siglas. A legenda havia obtido apenas 340 votos em 2016 e neste ano chegou a 8,1 mil, o que lhe garantiu duas cadeiras. Outros partidos que cresceram na órbita de Telmo também obtiveram votações maiores, como DEM, Republicanos e Cidadania.


Ao todo, dez partidos terão representação na Câmara na próxima legislatura. Destes, sete alcançaram o chamado quociente eleitoral, que é o número mínimo de votos para eleger vereadores: PTB, PP, PSD, Republicanos, PSDB, MDB e Novo. Já PDT, DEM e PT emplacaram vereadores pela regra das sobras, que é aplicada para as vagas não preenchidas pelo quociente.

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