Um problema recorrente em Santa Cruz do Sul e outras cidades do Estado é a altura dos fios e cabos que pendem dos postes abaixo do permitido. Veículos de carga acabam se enroscando algumas vezes e provocam quedas de postes, o que deixa regiões sem fornecimento de energia e outros serviços como telefonia e TV a cabo. Sem falar na segurança. Motociclistas podem se enforcar ao não perceber um fio muito baixo. Os postes podem atingir pedestres e residências próximas. Nos dias de calor, a situação é agravada por conta da cedência dos fios.
O diretor da LKC Transportes, Cristiano Canêz, afirma que o problema não é com os caminhões, já que os veículos precisam estar padronizados conforme o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e determinações do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS). “Ganhamos diversas ações porque nossos caminhões estão de acordo com as normas. Os fios precisam ter uma altura mínima de 4,5 metros, mas a maioria está abaixo. Mas ninguém resolve esse problema”, afirma. Para evitar problemas em relação ao fluxo de veículos na Rua São José, no Bairro Avenida, a empresa abriu um portão secundário na Rua Henrique Schütz. A questão é que não pode ser utilizado justamente pela altura dos fios, que ficam presos no baú dos caminhões. “Por maior segurança, a empresa teve esse custo adicional. Infelizmente, não temos condições de utilizar o novo portão”, complementa.
O diretor do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Alaor Coelho Canêz, explica que já pediu providências em reuniões no Conselho Municipal de Trânsito (CMT). A discussão sobre o problema, segundo ele, não avançou. “Representantes da antiga concessionária foram convidados, mas não compareceram. Nas empresas de telefonia, nunca conseguimos falar com alguém daqui. As reclamações são feitas em um telemarketing nacional, que não resolve nada. E ninguém notifica ou multa essas empresas. Aí fica por isso mesmo”, destaca.
Em Santa Cruz do Sul, as reclamações podem ser feitas na Secretaria de Transportes e Serviços Urbanos (Setsu). O serviço está disponível desde o ano passado e recebeu somente duas queixas. A Setsu repassa a situação para a RGE Sul. A concessionária informou que respeita o que está previsto na normativa NBR 15.688 (Redes de Distribuição Aérea de Energia Elétrica com Condutores Nus), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Em relação ao aluguel dos postes, a RGE Sul explicou que as empresas donas dos cabos pagam aluguel por cada poste utilizado, conforme estabelece a regulação do setor elétrico. Esses valores são compensados nos reajustes tarifários da energia elétrica, o que reduz o impacto a todos os clientes. Ainda segundo a concessionária, trata-se da aplicação do conceito de modicidade tarifária. Os valores dependem da necessidade de cada empresa. Quando há algum problema com os cabos das empresas locatárias elas são comunicadas pela RGE Sul.
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