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Setor de flores aposta no Dia das Mães

A cadeia produtiva das flores é um dos setores da economia que mais sentem os reflexos da crise do novo coronavírus no Brasil. Com as restrições comerciais, os produtores têm encontrado dificuldades para colocar seus produtos no mercado. O cancelamento de eventos, o fechamento de pontos de venda e a preferência dos consumidores por produtos de primeira necessidade também preocupam o setor. Com a proximidade do mês de maio, uma das apostas é o Dia das Mães, tradicionalmente uma das datas com maior venda de flores e plantas ornamentais no Brasil.

Os microempresários Dulce Maria Düpont e Roberto Müller possuem um viveiro de flores na localidade de Malhada, em Passo do Sobrado. A produção é destinada à floricultura da família, em Venâncio Aires, para outros parceiros compradores na região e também feiras. Para o próximo dia 10 de maio, a ideia é trabalhar com a produção própria de orquídeas e bromélias para ofertas no estabelecimento. “Creio que neste ano não será igual. As pessoas não vão deixar de comprar, mas elas vão preferir mimos menores”, destacou Dulce.

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O empresário Ilário Keller, proprietário do Sítio Pioneiro, em São José da Reserva, no interior de Santa Cruz do Sul, reiterou que o mercado está bastante complicado. Mesmo nos estabelecimentos que já retomaram os atendimentos, o ritmo de vendas ainda é lento. Enquanto isso, os compradores da grande Porto Alegre continuam paralisados, o que emperra a distribuição. “A expectativa é melhorar as vendas neste Dia das Mães, mas com certeza ficará muito longe de anos anteriores, quando tínhamos uma programação certa com os clientes.”

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De acordo com o produtor, até mesmo os cemitérios estão com muitas restrições, o que dificulta ainda mais os negócios. “É algo novo para todos nós, mas vamos manter a esperança de que as coisas passarão e vamos sobreviver a este período”, comentou.

Mesmo trabalhando sob pressão, Keller afirmou que o estabelecimento se mantém sem demissões até o momento. “Diminuímos a carga horária e procuramos financiamento para manter a empresa”, explicou. A produção futura também está sendo readequada, inclusive para o Dia de Finados. “Ou a gente arrisca ou para tudo.”

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Apesar das dificuldades, proprietários de empreendimentos preparam produção na expectativa de aquecimento nas vendas

Para acertar em cheio no coração
Os empresários Lourdes Maria e Luiz Morsch estão com a produção pronta em Linha Santa Cruz, no interior de Santa Cruz do Sul. Proprietários do Sítio Eco Flores, depositam suas esperanças no Dia das Mães para manter os negócios e os empregos da equipe de 22 funcionários. “Continuamos trabalhando todos os dias para deixar tudo pronto para maio. Teremos sete variedades de flores para este Dia das Mães”, contou Lourdes.

A apreensão é com os pedidos dos compradores, uma vez que não há garantia de que as lojas estarão abertas no Rio Grande do Sul. “Torço para que pelo menos as floriculturas possam atender, pois as flores ainda são o presente mais acessível em tempos de crise. Nosso futuro depende dessa data, que é nossa principal safra.” Atualmente, a empresa faz entregas em praticamente todas as regiões gaúchas. Além disso, a empreendedora ressaltou que as flores sempre agradam no momento de presentear. “Muitas pessoas não poderão visitar suas mães nestes tempos de quarentena, mas é sempre possível mandar flores, que acertam em cheio no coração.”

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