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IMPACTO

Setor da construção enfrenta custo maior e falta de materiais

Foto: Alencar da Rosa

Desde o início da pandemia, os insumos necessários para a construção de casas e prédios registraram altas nos valores. Neste cenário, destacam-se principalmente os produtos importados, como ferro e plástico. Com elevação acelerada nos últimos meses, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) fechou 2020 em 8,81%. Este ano, ao que tudo indica, deve superar esse número, já que o calculado em junho registrou 9,38%.

O INCC mede a variação do custo dos materiais, serviços e mão de obra utilizados na construção civil. O índice é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além do aumento nos preços de itens essenciais, foi registrado desabastecimento de vários produtos. “O acumulado de 12 meses passou de 14,62% em maio para 16,88% em junho, o maior desde outubro de 2003, quando o acumulado de 12 meses alcançou 18,09%”, explica o doutor em Economia Silvio Cezar Arend.

O economista detalha também que o último aumento se deve em muito à mão de obra. “Maio é o mês do dissídio coletivo da categoria. Tradicionalmente em junho o INCC tem uma elevação maior. Sempre recomendei para quem tem prestação corrigida pelo INCC que se puder antecipar parcelas quando chega maio, melhor, pois deixa de pagar a correção do mês.”

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Para Arend, tudo mostra que 2021 vai terminar com um INCC superior. “Em 2021 o indicador já acumula elevação de 9,38%, mais que os 8,81% de 2020.” O especialista destaca que para o índice impactar nas prestações de financiamento, depende das regras e dos períodos de reajuste. Para quem tem uma prestação de R$ 800,00, por exemplo, e reajuste neste mês, o acumulado de 16,88% gera nova parcela de R$ 935,04.

Produtos de importação, como os materiais em plástico, também registraram alta

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Empresas aumentam estoque e reduzem margem de lucro
Segundo a diretora da construtora e loja de materiais de construção Casa Nova, Ana Paula Passos, os itens que mais registraram aumento foram os insumos de importação. “Em seis meses, o ferro dobrou de valor, aumentou 100%, além de produtos de plástico e tubos de solda e de esgoto. Conversando com representantes, notamos que essa elevação aconteceu por conta da baixa produção. Com a pandemia, tiveram que diminuir, dependendo da época, para até metade o número de funcionários, enquanto o consumo se manteve e até aumentou, dependendo dos materiais. Então, a conta não fechou.”

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Ana salienta que embora esteja recebendo todos os materiais, a loja tem trabalhado com estoque maior, para que não falte nada ao cliente. “Está normalizando, é muito difícil não recebermos algum produto. Alguma coisa na linha de porcelanatos e pisos está com período maior de entrega, mas a gente conseguiu se organizar, comprando bem diferente de como era antes da pandemia: fazendo estoque maior e comprando em grande quantidade e com muita antecedência”, observa.

Com a constante queixa dos clientes sobre os reajustes, a Casa Nova trabalha com uma margem de lucro menor do que antes da pandemia. “Ainda assim, para o cliente, muitas vezes é um aumento que o bolso não consegue acompanhar. A gente vem dando mais desconto do que antes, mas ainda assim o consumidor está sofrendo bastante.”

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