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Setembro Azul: Escola Nossa Senhora do Rosário dá visibilidade à comunidade surda

Professora Daiane Kipper experimentou uma mudança de vida: estuda Libras desde o início do trabalho e hoje é também intérprete

Cartazes indicadores e sinalizadores espalhados pela Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora do Rosário, no Bairro Independência, em Santa Cruz do Sul, deixam claro: essa é uma escola com classe bilíngue de surdos. A importância do trabalho realizado na instituição de ensino é evidenciada em setembro, mês da visibilidade da comunidade surda brasileira, conhecido como Setembro Azul.

A classe bilíngue teve início em 2010. Anteriormente, o trabalho era desenvolvido na Escola Estadual Gaspar Bartholomay. Contudo, por uma questão de espaço e disponibilidade de salas, a partir daquele ano os alunos foram transferidos para a Rosário, que é a única escola pública da região a ter classe bilíngue de surdos. Por isso, além de alunos moradores de Santa Cruz do Sul, recebe estudantes de diversos municípios do Vale do Rio Pardo, como Venâncio Aires, Vale do Sol e Vera Cruz. Nesses casos, as prefeituras cobrem o transporte.

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Ana Fernanda é a diretora da Rosário | Foto: Alencar da Rosa

A diretora da escola, Ana Fernanda Rech, explica que são turmas de Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental. “Do primeiro ao nono ano, eles ficam separados e só há alunos surdos. Temos professor que é intérprete e professor ouvinte que não é intérprete. Contamos com um professor intérprete que acompanha nesses casos, porque é difícil encontrar quem seja intérprete ao mesmo tempo.” Já a partir do Ensino Médio, os estudantes são incluídos com alunos ouvintes. “E eles têm uma professora intérprete que trabalha junto”, completa a diretora.

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Desde 2010, quando foi implementada a classe bilíngue, a escola percebeu uma mudança significativa na cultura e também na infraestrutura. Um exemplo de adaptação na estrutura é a campainha de sinal luminoso, para identificar a troca de períodos. Entretanto, é no comportamento dos alunos e professores que se percebeu a modificação mais drástica.

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A vice-diretora do turno da tarde, Cilvane Adriane Marotz, por exemplo, comenta que, depois da implementação da classe, buscou especialização na área da surdez. “Justamente para entender o universo, a cultura, as leis, para poder interagir melhor. E fiz alguns cursos básicos de Libras. A gente acaba adquirindo outra visão. Quando cheguei, eu me sentia uma analfabeta em não poder me comunicar com eles”, conta.

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Cilvane destaca a relevância de existir uma classe bilíngue de surdos. “Só quem vivencia a questão dos surdos sabe o quanto é importante eles conviverem em um espaço onde sabem que há a questão da identidade, autoafirmação e autoestima. E isso é muito bom.”

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A vinda da classe bilíngue para a Escola Rosário também mudou a vida da professora Daiane Kipper. Como resultado, ela começou a estudar Libras com o início do trabalho. “Comecei a fazer cursos e fui aprendendo. Hoje sou fluente e posso dizer que eles mudaram a minha vida”, frisa a professora de Ciências e Matemática.

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Importância da autonomia e da independência de alunos surdos

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Janaína salienta que é fundamental que os surdos também tenham a possibilidade de autonomia e independência. “É importante que eles percebam que são capazes de se desenvolver e serem livres.”
Ivanice Dornelles Ferreira, que é professora de Português e Inglês e também intérprete de Libras na escola, enfatiza o quão bonito é o trabalho desenvolvido por Janaína. “É um afeto enorme que ela tem com os alunos. Ela é muito carinhosa no tato com as crianças”, complementa.

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Saiba mais

Quando abre o período de matrículas, os responsáveis pelo menor podem solicitar a vaga na escola. Também é possível pedir transferência. Para dúvidas, a escola atende pelo (51) 3717 2282.

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