Em 1994, começou, nos Estados Unidos, o movimento da fita amarela, depois que um adolescente americano de 17 anos se suicidou. Desde então, surgiram várias iniciativas de prevenção ao suicídio: a Organização Mundial da Saúde (OMS) chancelou o dia 10 de setembro como data especial para chamar a atenção para o suicídio; no Brasil, em 2015, o Centro de Valorização à Vida (CVV) criou o mês do Setembro Amarelo; em Santa Cruz do Sul, por mobilização dos voluntários do CVV, foi aprovada a lei municipal 7.829, instituindo o Setembro Amarelo; o empresário Cláudio Spengler, autor do livro Viver sempre, autoextermínio nunca, mantém, há vários anos, o Enxugando Lágrimas, grupo de autoajuda no combate à depressão, além de dar palestras sobre o assunto.
O objetivo de cada uma dessas iniciativas é promover a conscientização e prevenção ao suicídio. Trata-se, evidentemente, de um assunto grave e, ao mesmo tempo, triste e delicado, que passa quase despercebido, só causando alguma reação mais forte na sociedade quando envolve alguma pessoa mais conhecida.
De acordo com a médica Cláudia Weine Cruz, que pesquisa casos de suicídio, existem várias vertentes que podem levar ao suicídio: biológicas (depressão e demais transtornos); sociológicas (homens-bomba e esposas de hindus que se imolam junto ao marido morto); e subjetivas (questões psicológicas). Diz a médica que, geralmente, o suicídio vem precedido, durante algum tempo, de um quadro de depressão que pode apresentar sintomas diferentes em cada pessoa e que o potencial suicida sempre emite sinais que as pessoas do entorno não reconhecem, achando tratar-se de frescura ou coisa de alguém que quer chamar a atenção.
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Considerada epidemia mundial – o mal do século 21 -, a depressão, segundo estimativa da OMS, afeta cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, seriam 12 milhões de pessoas, com maior incidência entre as mulheres. A depressão ataca aos jovens que sofrem com bullying, falta de adaptação social, mau desempenho escolar, cobranças; aos idosos, por falta de sentido na vida; e aos adultos, por uma série de problemas, sendo um deles as dificuldades financeiras.
Em julho deste ano, mais de 72 milhões de pessoas tinham dívidas, segundo o Mapa da Inadimplência do Serasa. Além dos problemas financeiros, as dívidas podem criar problemas de saúde. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC, 82% dos inadimplentes sentem impactos físicos e mentais: falta de sono, menos vontade de sair, alterações no apetite, compras compulsivas, ansiedade e outros impactos emocionais negativos, como a depressão, por não conseguirem manter as contas em dia.
A propósito, Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Profissionais da Educação Financeira (Abefin) e mentor da DSOP Educação Financeira, além de autor de diversos livros – postou, em seu canal Dinheiro à vista, o vídeo “Educação Financeira e Depressão”. Nele, Reinaldo fala que, quando o assunto é dinheiro – e não é só a escassez, a sobra também – a chance de entrar em depressão é quatro vezes maior que qualquer outra causa.
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Com problemas financeiros, inadimplente e com o nome sujo, a pessoa fica acuada, triste e acaba em depressão. É o momento de pessoas do entorno – da própria família, dos grupos de amizades, religiosos ou mesmo da empresa – procurarem oferecer ajuda. Em situações mais graves, cabe sugerir ou encaminhar a pessoa que sofre com depressão e outras doenças mentais ou físicas a um psicólogo ou psiquiatra. Mas, na maioria dos casos, uma boa conversa já pode ajudar a pessoa com problemas financeiros a mudar o seu foco.
No vídeo, Reinaldo Domingos descreve cinco passos para instruir a conversa com a pessoa que está em depressão, decorrente de problemas financeiros:
Por fim, é importante saber que a saúde está muito atrelada à vida financeira. Pouco lembrado, o estresse financeiro é uma das principais ameaças à saúde mental. Muitas pessoas em dificuldades financeiras estão tentando a sorte em jogos online, valendo-se até de cartões de crédito para pagar apostas, nas várias empresas de bet que divulgam suas atividades na televisão e internet, com a imagem de celebridades do mundo artístico ou dos esportes. Embora distribuam uma parte dos valores arrecadados em prêmios, o fato é que esses jogos são programados para dar lucro às empresas. Quem já está endividado e procura nos jogos eletrônicos além de diversão a saída para seus problemas financeiros, pode piorar sua situação. Por isso, é preciso ficar atento a isso e repensar o planejamento para retomar o equilíbrio financeiro.
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A educação financeira, não só de técnicas, mas principalmente do comportamento financeiro pode ajudar por ser uma ciência que pretende promover mudança de hábitos e costumes em relação ao dinheiro.
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