Ainda pouco discutido, o suicídio é o tema central de ações de profissionais da saúde durante o mês de setembro. Intitulado “setembro amarelo”, o movimento ganhou vida em 2015, através do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). No mundo inteiro, o “Dia D” de prevenção ao suicídio é em 10 de setembro, estimulado pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio.
No Brasil, um dos canais mais utilizados e que mais trabalha a questão é o CVV, que atua desde 1962. Muitas são as atividades desenvolvidas pelos órgãos de saúde, principalmente, e recebem o apoio de demais entidades e instituições. Iluminar prédios públicos, divulgação de materiais, palestras e seminários fazem parte do leque que acende a luz vermelha para a questão. O suicídio vem fazendo cada vez mais vítimas nos últimos anos. Muito se associa à falta de informação sobre o problema. Para se ter uma ideia, os números oficias mostram que 32 brasileiros são mortos por dia vítimas do suicídio, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
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Psicóloga lembra que assunto ainda é tabu, mas que é preciso debatê-lo
Foto: Vinícios Rech/Gazeta da Serra
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que nove em cada 10 casos poderiam ser prevenidos caso as pessoas buscassem ajuda e tivessem um pouco de atenção de quem está por perto. Conforme a psicóloga Bruna Reuter, ainda é muito incomum abordar o assunto, pois envolve um histórico cultural, moral e religioso. “Durante muitos anos, provocar a própria morte era considerado um dos pecados mais graves pela Igreja, onde aqueles que provocavam o suicídio eram proibidos de serem enterrados em cemitérios cristãos”, explica. De acordo com ela, em virtude da nossa construção cultural, o suicídio é visto como um ato de fraqueza e há uma condenação moral para aquele que atenta contra a própria vida. Bruna destaca que é preciso falar sobre o suicídio. “A cada 40 segundos uma pessoa dá fim à própria vida, vítima de seu silêncio, manifestando de forma drástica o seu sofrimento. O CVV refere que a primeira medida preventiva para se falar sobre o suicídio é a educação. Não é agradável falar sobre quem se matou ou tentou se matar, porém discutir o assunto e entender os fatores que levam a ele, conversar abertamente sobre o tema, sem sensacionalismo e de forma sensata, saber quais as principais causas e as formas de ajudar, são as melhores formas de enfrentar o problema e prevenir o suicídio”, acrescenta.
Questionada sobre como ajudar quem tem pensamentos ou comportamentos que indicam uma intenção suicida, a psicóloga relata que o ideal é conversar e ouvir abertamente, e sem julgamentos, sobre o que está ocorrendo. “Oferecer ajuda, se possível marcando uma consulta com um profissional da saúde, ou conversando com os familiares da pessoa, para que eles também possam dar um suporte é necessário. Ter alguém para conversar e expressar o que está sentindo, pode fazer o suicida desistir da morte, dando tempo para procurar uma ajuda especializada dos profissionais da saúde”, recomenda.
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Leia a reportagem completa na edição desta sexta-feria, 22, do jornal Gazeta da Serra.
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