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Sete municípios vão implantar turno único para cortar gastos

A dificuldade para fechar as contas no azul vai obrigar a administração de sete municípios da região a implementar o turno único a partir de novembro. Candelária, Pantano Grande, Gramado Xavier, Encruzilhada do Sul, Passo do Sobrado, Rio Pardo e Vale Verde confirmaram a adesão ao regime parcial durante assembleia da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) realizada ontem pela manhã no Centro Regional de Cultura, na cidade histórica. Dos municípios representados na reunião, não aderem à medida apenas Santa Cruz do Sul, Sinimbu e Vera Cruz.

Durante o encontro, que atentou para a instabilidade financeira das administrações, o prefeito de Candelária, Paulo Butz-ge, afirmou que o município está “com a corda no pescoço” e vai tomar medidas “amargas” para evitar problemas mais graves.  Como exemplo mais expressivo da crise, ele citou o cenário da Capital, Porto Alegre, onde os gestores precisam parcelar o salário dos servidores. “Não temos mais solução a não ser apertar os cintos e fazer turno único. Na qualidade de gestor, é claro que sou contra essa decisão, mas a necessidade me obriga a tomar caminhos mais drásticos.” 

Butzge também fez questão de lembrar o corte no alto escalão do governo municipal. Como noticiado na Gazeta do Sul dessa sexta-feira, cinco secretários foram exonerados: Anselmo Vanderli da Silveira (Agricultura e Meio Ambiente), Sônia Pereira (Fazenda), Dilamar Braga (Transportes, Obras Públicas e Trânsito), Alexandra Bini (Turismo, Cultura e Esporte) e Sérgio Diehl (Indústria, Comércio e Habitação). Com essas medidas e a redução de diárias, cursos e horas extras em todos os setores, a Prefeitura de Candelária pretende economizar de R$ 200 mil a R$ 300 mil.

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Cortes

Outra decisão tomada na reunião foi a de encaminhar aos deputados gaúchos uma moção contrária às medidas de cortes essenciais. O documento refere-se especificamente às “tesouradas” na área da Agricultura que o governo federal encaminha para votação na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2018. 

Conforme Butzge, que também é presidente da Amvarp, o corte, aliado à redução de recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos em até 70%, prejudica diretamente a região. “Se a agricultura leva o País nas costas, na nossa região esse cenário é ainda mais evidente. Não podemos deixar que medidas tão expressivas aconteçam. Por isso vamos, no mínimo,  solicitar uma reavaliação da LOA.” A decisão teve aprovação unânime dos prefeitos.

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Polêmica fica para reunião extraordinária

Além do debate sobre a situação financeira dos municípios, a reunião da Amvarp serviu para discutir temas ligados ao Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale). O tema mais polêmico foi a divisão de custos de manutenção da unidade avançada do Samu. Conforme o prefeito de Venâncio Aires e presidente do Cisvale, Giovane Wickert, hoje apenas três municípios – Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Rio Pardo – arcam com os custos do serviço na região. 

“Queremos propor que os outros municípios também se organizem e abracem a causa junto com a gente. Pela dificuldade orçamentária enfrentada atualmente, é mais fácil dividir os gastos do que acabar cortando o serviço”, avaliou. A medida, entretanto, enfrentou certa resistência entre alguns gestores. Por causa disso será marcada uma reunião extraordinária para o dia 17 deste mês, focada apenas na discussão do tema. 

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Preservação de prédios históricos

A reunião dessa sexta-feira também foi dedicada a uma breve apresentação dos prédios da Cidade Histórica. Após a historiadora Aida Ferreira trazer curiosidades sobre o Solar Almirante Alexandrino, Igreja da Matriz e a Rua da Ladeira – primeira rua calçada do Estado –, o secretário de Turismo e Cultura, Alexandre Carvalho Bitencourt, revelou o que o poder público vem fazendo para preservar o patrimônio. 

Segundo ele, uma medida é a busca de recursos junto à iniciativa privada. “Como o orçamento do município já está reduzido, passamos a procurar apoio com as empresas.” A pasta também pretende enviar projetos à  Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e cobrar o andamento de dois projetos encaminhados à senadora Ana Amélia Lemos (PP). “São documentos que solicitam ajuda para restaurar o Solar Almirante e a Rua da Ladeira”, explicou.

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