Nesta quinta-feira, 7, o calendário de eventos marca mais um feriado nacional, certamente o mais importante para o país: o Dia da Independência do Brasil. Neste ano, diferente do que aconteceu nos últimos quatro anos, esperamos que a data seja celebrada por todos os brasileiros, independente de ideologias e paixões partidárias.
A data da independência do Brasil lembra as várias dependências que ainda existem entre nós. Na política, estados e municípios ainda dependem de decisões e de recursos do governo central para atenderem demandas normais para realizarem obras e prestarem serviços públicos decentes aos cidadãos ou urgentes, provocadas por causas extraordinárias, como enchentes ou secas.
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Nos últimos anos, emendas do relator fazem com que alguns municípios sejam privilegiados com verbas, dependendo das relações e conchavos políticos – sem falar, ainda, do “orçamento secreto”, dinheiro público distribuído sem que se soubesse para quem nem com que critérios.
Embora não tão presente, como no tempo da ditadura em que até reajustes de preços precisavam ser comprovados e autorizados pelo Ministério da Economia, as empresas ainda sofrem de dependências, de governos das três esferas – municipais, estaduais e governo federal -, em maior ou menor grau, pelas obrigações e impostos que lhes são atribuídos.
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O cidadão comum certamente é o ente mais dependente que existe sobre a face da terra: depende de pais ou responsáveis até uma certa idade ou durante a vida toda; depende de serviços públicos, do salário ou de renda, de assistência médica e de escolas; depende do benefício da aposentadoria ou pensão, enfim, depende de tantas coisas que, de tão comuns, algumas não são nem percebidas.
O fato histórico que estamos comemorando ou, pelo menos, lembrando, pode inspirar-nos a planejar o nosso dia da independência… financeira. Das várias dependências a que estão sujeitas a maioria das pessoas, uma delas, certamente, é a financeira. Para sair dessa dependência, de não precisar preocupar-se com dinheiro, não existe fórmula mágica, pois cada pessoa possui metas e sonhos diferentes.
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Clara Sodré, investidora e sócia da XP Inc, diz que “liberdade ou independência financeira tem a ver em não depender do dinheiro e, sim, fazer o dinheiro trabalhar para você.” Em poucas palavras, é ter uma reserva equilibrada que permite manter um padrão de vida por um bom tempo se parar de trabalhar hoje. Clara Sodré propõe cinco passos para alcançar a liberdade financeira:
- Autoconhecimento de ganhos e gastos: é determinante que a pessoa tenha plena noção de seus ganhos e gastos. A DSOP Educação Financeira sugere, como ponto de partida, realizar o diagnóstico da vida financeira: é levantar a situação atual, detalhando renda, patrimônio, despesas e dívidas. Para ter uma exata noção dos hábitos diários de consumo, durante 30 a 60 dias, anotar cada gasto realizado; nesta fase já é possível economizar de 20% a 30% só com a redução e substituição de itens e a eliminação de desperdícios.
- Buscar educação financeira para poder se planejar: na busca pela liberdade financeira, o planejamento financeiro é essencial. O que algumas pessoas já aprenderam ao natural, outras, precisam de educação financeira. O ideal é que essa educação comece na infância, passe pela adolescência e chegue à vida adulta.
- Estudar sobre o mercado: cada investidor tem um perfil próprio, sendo necessário identificar se conservador, moderado ou agressivo. A liberdade financeira tem a ver com conhecimento e disposição da pessoa para estudar e entender como funciona o mercado financeiro. De acordo com o perfil de cada um, avaliam-se as opções disponíveis no mercado.
- Investir com inteligência: observar que alguns investimentos, oferecidos pelos bancos, são mais vantajosos para a própria instituição do que para o cliente. Algumas pessoas acham que só gente com muito dinheiro pode ter acesso ao mercado financeiro, o que não é verdade. Várias instituições democratizaram o acesso ao mercado de ativos e auxiliam as pessoas a investirem de forma vantajosa.
- Comprometimento e organização: o que caracteriza o investidor de sucesso é ter foco e persistência. Na DSOP Educação Financeira chamam isso de ter sonhos para realizar que devem ser de curto prazo (até um ano), de médio prazo (até 10 anos) e de longo prazo (mais de 10 anos). É claro que isso requer organização para acompanhar e ter controle dos próprios gastos.
Na parte financeira, a maioria das pessoas próximas da aposentadoria ou já aposentadas dizem arrepender-se do que deixaram de poupar e investir durante a vida. Mesmo com o atual crescimento do endividamento e da inadimplência, as pessoas precisam iniciar uma transformação financeira que é um processo de aprendizagem – ou reaprendizagem – com foco em sair de um ponto A, onde existem dificuldades e controle, para o ponto B, atingindo maturidade, comprometimento e sustentabilidade. Essa transformação ocorre quando a pessoa, prioritariamente, entende que tem problemas na situação econômica. Depois, procura aprender sobre educação financeira por conta própria e, em alguns casos, busca ajuda. Como resumiu Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo, “comece cedo.”
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