Um dos principais fatores na extraordinária lucratividade dos bancos está na prestação de serviços, cuja arrecadação se dá por meio de tarifas bancárias, taxas de cartões de crédito e administração de fundos, entre outros.
Claro que os lucros mais abundantes ainda vêm das operações de crédito, anabolizadas com os maiores juros do planeta. Mas os juros só são os maiores do planeta por causa das dívidas dos governos federal, estaduais e municipais.
Dito de outro modo, somos um povo, uma nação completamente endividada. Como os governos representam a sociedade, significa que as contas só têm um pagador. Você!
Então, não à toa há tantas manchetes acerca dos lucros gigantescos dos bancos.
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Faz alguns anos, tive oportunidade de conhecer e conversar com Rui Nogueira, médico e escritor, natural de Blumenau, autor do livro “Servos da Moeda”, bem como das obras “Nação do Sol” e “Amazônia, império das águas”.
O autor é um daqueles brasileiros inconformados com nossa passividade diante das inúmeras formas de intervenção e dominação do capital (e interesse estrangeiro na economia e soberania nacional). Sua narrativa e intervenção é no estilo do baiano Bautista Vidal (1934–2013), engenheiro e físico ilustre que pregava a absoluta utilização das riquezas nacionais em favor do desenvolvimento das condições de vida dos brasileiros.
Servos da Moeda é um livro sobre a utilização e aplicação do dinheiro. Sobre a enormidade de juros e financiamentos que pagamos a vida inteira. Como diz o autor, “é um livro do pensar, do bom-senso, da observação do dia-a-dia da vida, da compreensão da situação das pessoas. É o livro firmado no mais profundo sentimento humanista: o mundo tem que ser um lugar bom para todos viverem”.
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E continua o autor: “como acreditar na existência de uma ‘mão invisível’ autônoma, que equilibra os mercados e os preços das mercadorias numa autorregulação?
“Ainda mais nesta época da existência de redes internacionais de comunicação, com informações percorrendo distâncias à velocidade da luz e de corporações cada vez mais agigantadas e concentradas.
“Como pode haver mercado e concorrência com pouquíssimas empresas controlando as produções e as atividades mais essenciais à vida humana?”.
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Quando travamos estes encontros com os sonhadores, com os inconformados, renova-se a esperança de que virá o dia em que todos os brasileiros terão vida digna e acesso aos bens da nação.
Principalmente, renova-se a esperança de superação deste estado de mesmice, passividade cívica e maus exemplos.
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