Uma audiência de conciliação foi realizada nesta quarta-feira, 4, no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, entre os Correios e as federações que representam os trabalhadores. Representantes sindicais da região estiveram na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Sintect/RS), em Porto Alegre, para acompanhar a sessão. Uma nova assembleia será realizada na sexta-feira, 6, às 14 horas, no Sindicato dos Comerciários, para que a ata da audiência seja avaliada. Foi sugerida a compensação de metade dos dias paralisados, reajuste salarial com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e a manutenção das cláusulas do acordo coletivo 2016/17. A única pauta que seguirá fora é em relação aos planos de saúde, que tramita em ação separada.
Em Santa Cruz do Sul, o diretor regional do Sintect/RS, Aristóteles Neto, informou que todos os funcionários do atendimento e distribuição paralisaram nesta quarta. Para suprir a demanda do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD), funcionários de outras localidades que não aderiram à greve foram chamados. A agência na Rua Venâncio Aires estava fechada. Grevistas afirmam que, apesar da gerência eventualmente dizer que a situação está sob controle e com as entregas sendo realizadas, há um verdadeiro caos estabelecido, com o acúmulo cada vez maior de encomendas. A assessoria de comunicação dos Correios informou que no Rio Grande do Sul, 87,53% do efetivo estava trabalhando normalmente na terça-feira, o que corresponde a 6.516 empregados.
De acordo com entidades que representam os funcionários, a paralisação é parcial, com redução de funcionários nas agências, e afeta principalmente a área de distribuição. As agências franqueadas não estão participando da greve – são cerca de 1 mil no País. Já as agências próprias totalizam mais de 6,5 mil. Os Correios garantem que a rede de atendimento está aberta e todos os serviços, inclusive o Sedex e o PAC, continuam disponíveis. Apenas os serviços com hora marcada (Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje, Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária) estão suspensos. O TST pediu que os sindicatos realizem assembleias até a sexta-feira para que, se estiverem de acordo com a proposta, possam orientar os trabalhadores para que voltem ao trabalho na segunda-feira, 9.
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Fique atento!
É importante ficar atento aos prazos de contas a serem pagas que costumam chegar pelos Correios. Se os boletos não forem entregues, é necessário entrar em contato com a empresa na qual o débito está em aberto, pois o atraso pode gerar multas e a greve não é considerado motivo para ressarcimento posterior.
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Entenda a greve
O movimento, que começou no dia 20 de setembro, tem a adesão de 35 dos 36 sindicatos do País. São 31 da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e outros cinco da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect).
Entre os motivos da greve, estão o fechamento de agências por todo o País, pressão para adesão ao plano de demissão voluntária, ameaça de demissão motivada com alegação da crise, ameaça de privatização, corte de investimentos em todo o País, falta de concurso público, redução no número de funcionários, além de mudanças no plano de saúde e suspensão das férias para todos os trabalhadores, exceto para aqueles que já estão com férias vencidas. Também está em negociação o reajuste salarial para a categoria.
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Os Correios afirmam que a Fentect iniciou a paralisação nas suas bases sindicais antes de ser apresentada a proposta financeira, entre outras cláusulas que estavam sendo discutidas nas negociações. Além disso, a ECT alega que após chegar a uma proposta de acordo coletivo para o biênio 2017/2018 com a Findect, que contemplava o reajuste de 3% nos salários e benefícios a partir do mês de janeiro de 2018, as bases sindicais votaram em assembleias pela rejeição da proposta e decidiram aderir ao movimento, sem uma contraproposta.
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