Desde março de 2016, Santa Cruz do Sul é um dos poucos municípios do Estado a contar com o Serviço de Residencial Terapêutico. Trata-se de moradias destinadas a atender homens e mulheres com transtornos mentais que permaneceram por longos períodos em instituições psiquiátricas e não possuem mais vínculos familiares. Criado pela Portaria 3090, de 23 de dezembro de 2011, esses dispositivos estão inseridos no Sistema Único de Saúde (SUS) e são mantidos com recursos federais, estaduais e municipais.
Em Santa Cruz do Sul, duas residências terapêuticas tipo 2 funcionam no Vale do Nazaré, através de uma parceria entre a Prefeitura e o Instituto Humanitas. A parceria com o Instituto possibilita que seja disponibilizada a estrutura física e contratação dos cuidadores que ficam disponíveis 24 horas. Já a responsabilidade técnica pela regulação é do serviço de saúde mental do município, através do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II).
Conforme explica a responsável técnica, a terapeuta ocupacional Luzia Bier, os residenciais, como o próprio nome já diz, são moradias e não devem ser confundidas com clínicas ou casas geriátricas. “A finalidade destes lares é trabalhar a autonomia das pessoas, possibilitando um resgate da cidadania e os vínculos familiares que foram perdidos com as longas internações”, explicou ela.
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Nas casas, homens e mulheres, com idades entre 18 e 59 anos, convivem entre si e com os funcionários, como em uma grande família. Em uma das casas moram oito pessoas e na outra dez. A rotina é definida conforme o plano terapêutico de cada um. Toda a assistência em saúde acontece na rede de atendimento do município. Além do serviço especializado, os usuários contam com serviços de atenção básica disponibilizados pela ESF Santa Vitória. “Eles são levados para as consultas médicas e para atividades fora do residencial, também vão a festas e alguns participam de oficinas “, explica Luzia.
Residencial Inclusivo
Em moldes semelhantes começou a funcionar este mês, também no Vale do Nazaré, o Residencial Inclusivo, integrante da política de assistência social do município. Diferente dos residenciais terapêuticos que recebem verba do Estado e da União, este é mantido somente com recursos municipais. Podem morar na casa homens e mulheres com deficiência física, mental e sensorial, com diferentes graus de dependência, e que não possuem nenhum tipo de retaguarda familiar. Hoje oito pessoas vivem no local. A responsável técnica é a assistente social Mara Dettenborn.
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A Promotoria Pública e a 13ª CRS acompanham o funcionamento dos residenciais para que eles não desvirtuem dos objetivos para os quais foram implementados. “É importante destacar que o serviço não funciona por livre demanda, não se tratam de instituições filantrópicas. As verbas para manutenção vem dos entes públicos, portanto não são necessárias campanhas com este propósito”, observa Luzia.
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