Com a aproximação do inverno e a consequente queda nas temperaturas, os casos de gripe aumentam em Santa Cruz do Sul. Conforme os dados da Secretaria Municipal de Saúde, havia 1.132 pacientes positivos de janeiro até essa terça-feira, 614 deles somente no mês de maio. Apesar do número expressivo e que faz crescer também a procura por atendimento na rede de saúde, a mesma demanda não é percebida no que diz respeito aos leitos hospitalares, visto que são casos leves e ambulatoriais em sua grande maioria.

O titular da pasta e também vice-prefeito, Elstor Desbessell, destaca o investimento na aquisição de testes rápidos com combo de antígenos da Covid-19 e Influenza dos tipos A e B. Segundo ele, se não fosse essa sistemática de testagem, muitos pacientes seriam classificados como síndrome respiratória não identificada. Diante desse contexto, é válido reforçar a importância de buscar atendimento médico a partir do início dos sintomas.

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De acordo com informações da Assessoria de Comunicação do Hospital Santa Cruz (HSC), o número de internados por complicações da Influenza não é relevante em termos de ocupação de leitos. Atualmente são somente dois, um na ala adulta e outro na pediátrica. Ambos já estão fora da janela de transmissão. A instituição informa que há cerca de duas semanas houve um pico, mas ainda assim o total não ultrapassou as cinco internações. Via de regra, os pacientes recebem um tratamento conservador e podem realizá-lo em casa.

No Centro Materno Infantil (Cemai), referência para atendimento pediátrico no Município, há um incremento na demanda como é tradicional para esta época do ano. A média de atendimentos diários no local, que funciona 24 horas, é de 173 pacientes. Nos dias de movimentação mais intensa, esse número ultrapassa as 200 consultas. A Gazeta do Sul contatou o Hospital Ana Nery para verificar a situação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e na Casa de Saúde Ignez Moraes (Hospitalzinho), mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Baixas temperaturas favorecem os vírus

Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, o médico infectologista Eduardo Sonda explicou que os casos de gripe se intensificam quando o clima está mais frio em função de dois fatores primordiais. O primeiro é a menor ventilação natural dos ambientes internos, situação que favorece a transmissão, enquanto o segundo diz respeito às baixas temperaturas, que favorecem a sobrevivência dos vírus por mais tempo. “É por isso que a campanha de vacinação ocorre sempre no outono, já prevendo os meses de inverno.”

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Sonda comentou ainda os tratamentos comumente adotados pela população, muitas vezes sem orientação médica, como xaropes para tosse, medicamentos para controle da febre, entre outros. “Existe o Oseltamivir, um remédio conhecido como Tamiflu. Se utilizado nas primeiras 48 horas a 72 horas a partir da infecção, ele pode ajudar, mas mais de 90% dos casos vão se resolver sozinhos, mesmo sem Tamiflu.” Ele explicou que a recomendação ocorre sobretudo para pacientes com comorbidades e que podem ter o quadro agravado para uma pneumonia ou outra complicação.

Veja abaixo o gráfico com a quantidade de casos de gripe no ano

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