A Sérvia e a Macedônia exigiram nesta quinta-feira, 27,mais ajuda e um plano da União Europeia (UE) para gerir a crise humanitária causada pela grande número de refugiados que passam por esses países para alcançar a Europa Ocidental. “Este é um problema da UE, mas é a nós que exigem um plano de ação. No entanto, antes disso, a própria UE deveria ter um plano”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros sérvio, Ivica Dacic, em coletiva de imprensa, antes do início de uma cúpula regional sobre os Balcãs, em Viena, na Áustria.
“A menos que encontremos uma resposta europeia, não deveríamos ter a ilusão de que isso pode ser resolvido”, disse o ministro de Relações Exteriores da Macedônia, Nikola Poposki, adiantando que seu país recebe diariamente cerca de 3 mil pessoas que vêm da Grécia, país membro da União Europeia.
A Macedônia e a Sérvia não são membros da UE e têm o estatuto de “países em via de adesão”. Milhares de refugiados das guerras no Oriente Médio, sobretudo sírios e iraquianos, além de afegãos, cruzaram os Balcãs nas últimas semanas tentando chegar à Europa Ocidental. A Hungria, que tem fronteira com a Sérvia, é o primeiro país de uma zona de livre circulação comunitária, chamada espaço Schengen, a partir do qual os refugiados tentam alcançar outros países, sobretudo Alemanha e Suécia.
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Dacic classificou a situação atual de a “pior crise de refugiados desde a 2ª Guerra Mundial” e acusou alguns países de terem causado os problemas nas áreas de conflito de onde vêm os refugiados. O chefe da diplomacia austríaco e anfitrião da cúpula, Sebastian Kurz, acusou as autoridades gregas de deslocarem deliberadamente os refugiados para o Norte da Grécia, de onde passam para a Macedônia, a Sérvia e a Hungria.
“Temos de ser autocríticos. É uma vergonha que um país da UE deixe passar todos os dias refugiados para um país não membro do bloco”, disse Kurz. “Devemos ter uma solução comum, senão cada vez mais países tomarão medidas unilaterais que vão contra a ideia de uma Europa sem fronteiras. E essa ideia tem por base a segurança das fronteiras externas da UE”, adiantou.
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