Apelidada de “Brasil da Europa” na época da antiga Iugoslávia, a Sérvia, conhecida por seu futebol técnico, quer reviver o sucesso do passado e surge como principal rival da seleção brasileira na primeira fase da Copa do Mundo do Catar. O encontro entre os países será logo na estreia, dia 24 de novembro. A série ‘Adversários do Brasil’, do Estadão, vai tratar também de Suíça e Camarões, os outros integrantes do Grupo G.
Embora não tenha sido campeã mundial, a seleção iugoslava era vista como o Brasil do Leste Europeu em virtude de seu futebol vistoso. O país existiu até 2003. Começou a se desintegrar em 1991, dando origem à Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia & Herzegovina, Macedônia, Montenegro e Kosovo. A ideia é resgatar essa alcunha da época em que a Iugoslávia aprontava diante das principais nações do mundo no futebol.
Os resultados alcançados recentemente e os atletas que compõem o elenco mostram que é possível chegar a esse objetivo no Catar. A seleção do Leste Europeu, presente no caminho do Brasil pelo segundo Mundial consecutivo, conta com jogadores técnicos, com recursos, e fez campanha de destaque nas Eliminatórias Europeias.
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A nação dos Balcãs terminou na liderança de seu grupo no torneio classificatório para a Copa do Mundo e se garantiu de forma invicta, com seis vitórias e dois empates. Soberanos na competição, os sérvios fizeram Portugal, de Cristiano Ronaldo, jogar a repescagem para poder ir ao Mundial. O comandante é Dragan Stojkovic. Por toda importância que tem a seleção brasileira para o futebol mundial, ele disse estar contente de poder enfrentar o país pentacampeão de Neymar. “Quando se fala sobre futebol se pensa na seleção brasileira”, sublinhou o treinador após o sorteio que definiu os grupos do Mundial. O antigo maestro da Iugoslávia tem o Brasil como referência para tornar sua equipe uma formação capaz de jogar um futebol vistoso e encantar. “Eu gosto de jogar contra times como o Brasil porque amo o futebol técnico. Queremos jogar um futebol bonito e oferecer divertimento às pessoas.”
A Fifa considera a seleção sérvia como sucessora da Iugoslávia e da Sérvia e Montenegro. Por isso, carrega todo o histórico em Copas. Os sérvios vão estar na terceira Copa depois de 2006, ano da extinção oficial da Iugoslávia. Só não participaram do Mundial do Brasil, em 2014. Na última edição, na Rússia, em 2018, a nação caiu na primeira fase após ser derrotada pela seleção brasileira por 2 a 0. Como Iugoslávia, enfrentou a seleção brasileira quatro vezes em Copas, (1930, 1950, 1954 e 1974), com uma vitória do Brasil, uma dos sérvios e dois empates. Atualmente, a Sérvia ocupa a 25ª posição no ranking da Fifa. São 13 participações em Copas do Mundo e a melhor posição alcançada na história foi o quarto lugar, nas edições do Uruguai, em 1930, e Chile, em 1962, ambos sob a bandeira iugoslava. O “Brasil da Europa” tem como melhores resultados no futebol o ouro olímpico, nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, e dois vices da Eurocopa, em 1960 e 1968.
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A aposta dos sérvios é no faro de gol do artilheiro Dusan Vlahovic, grandalhão de 1,90m da Juventus, que pagou 80 milhões de euros para tirá-lo da Fiorentina no início deste ano. Chamado de “Ibrahimovic sérvio”, o jovem centroavante de 22 anos reúne atributos que justificam o apelido. É forte, alto, confiante, técnico e goleador, refletindo uma geração que alia técnica a vigor físico, como era no passado. Desde criança, ele sonhava em ser o “Ibrahimovic de Belgrado”, segundo contou à Gazzetta Dello Sport Valeri Bojinov, um antigo companheiro de Vlahovic no Partizan, clube sérvio que revelou o jogador, autor de 16 gols e duas assistências em 36 partidas pela Juventus. Na seleção, são oito bolas na rede e quatro passes em 16 partidas.
O meia Dusan Tadic, craque do Ajax, da Holanda, e Aleksandar Mitrovic, parceiro de ataque de Vlahovic, são os outros nomes de destaque da seleção sérvia, que estreia contra o Brasil no dia 24 de novembro, no Lusail Stadium, palco também da final da competição, marcada para 18 de dezembro. Suíça e Camarões são os outros integrantes do Grupo G.
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