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Série relembrará 30 anos de sequestro histórico

Registro histórico mostra Teco sendo preso pelos policias Celso, Calderaro e Silveira

“Sequestro, nunca mais.” Com esse título, o saudoso Paulo Roberto Treib, ex-diretor industrial da Gazeta Grupo de Comunicações e entusiasta das reportagens sobre segurança pública, assinou seu artigo na edição de 27 de maio de 1994 do jornal Gazeta do Sul. O texto ácido, que soou como um recado aos criminosos e virou placa em acrílico na parede dos inspetores Paulo Calderaro e Celso Esperdião, refletia o fim de uma investigação histórica.

Tratava-se, como dito por Paulinho no artigo, do “primeiro sequestro com todos os ingredientes de crime hediondo em Santa Cruz do Sul”. No último dia 3, o “sequestro do Zambinha”, como o caso ficou conhecido, completou 30 anos. Em uma série de quatro reportagens especiais, o episódio será revivido a partir da edição deste sábado. O material foi produzido pelo editor de Segurança Pública da Gazeta, Cristiano Silva.

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Personagens que viveram o caso vão relembrar os momentos de tensão nos dias em que o estudante de Economia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Alexandre de Paula Dias, o Zambinha, então com 21 anos, foi raptado por uma quadrilha liderada por Carlos Ivan Fischer, o Teco, no primeiro e único sequestro com pagamento de resgate já registrado na história do município.

“Felizmente, conseguimos encontrar essas pessoas que viveram o caso muito de perto, e elas se mostraram solícitas em voltar ao passado e recontar esse episódio, que é único na nossa história e marcou a crônica policial do município. Os ingredientes são de um roteiro de filme e aconteceram aqui na nossa cidade e região”, comentou Cristiano Silva. Imagens da época do caso são do arquivo histórico da Gazeta do Sul. O design das páginas é de Derli Antônio Gonçalves.

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As fotos e vídeos com os entrevistados para a série foram produzidos pelo fotógrafo Alencar da Rosa. Entre as peculiaridades do caso está que o crime foi considerado o ponto de partida na vida delituosa de Teco. Na época com 27 anos e longe de qualquer suspeita, era considerado um bom eletricista na cidade. Anos mais tarde, seria apontado pelas forças de segurança como mentor intelectual e líder de uma quadrilha que inovou o modo de roubar carros-fortes no Brasil.

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Um caso único

O editor de Segurança Pública Cristiano Silva ressaltou que este é um caso com todos os ingredientes de um sequestro, com planejamento de meses pelos autores, execução do plano, cativeiro, prova de vida e negociação de resgate após a fixação de um valor em dinheiro. “É o que torna único e difere de outros eventos do tipo que tiveram elementos de sequestro e aconteceram na região, como o da atual prefeita, Helena Hermany, e o da universitária Susana Kipper”, comentou.

No primeiro, Helena, então com 41 anos e gerente do Banco do Brasil (BB) no distrito de Trombudo, foi atacada por homens armados em 7 de dezembro de 1989. Eles a raptaram e pretendiam usá-la como escudo humano para invadir o BB em Santa Cruz. O assalto foi frustrado porque, no momento do ataque, um carro-forte com guardas armados chegava na agência. Helena foi abandonada horas depois pelos bandidos em Triunfo. Os autores nunca foram identificados.

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Já a estudante do sexto semestre de Psicologia da Unisc Susana Kipper, na época com 23 anos, foi raptada no dia 26 de novembro de 1997 em seu carro, após ter a casa, na Rua Augusto Spengler, Bairro Santo Inácio, invadida por um assaltante armado. Ela foi morta no mesmo dia e seu corpo foi localizado em um matagal no interior de Candelária, em 2 de dezembro.

O autor do crime foi um vendedor de calçados, então com 33 anos. O homem confessou ter matado Susana porque ela o reconheceu, em virtude de a jovem já ter comprado produtos dele. O assassino foi condenado a 38 anos de prisão.

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Papo de Polícia

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Acorrentado e de olhos vendados, Zambinha foi mantido em cativeiro por dias, enquanto a polícia buscava pistas para elucidar o crime e uma negociação de US$ 200 mil era tratada por telefone entre a família dele e Teco. “Alguns elementos do caso são muito curiosos, como a prova de vida escrita em uma edição da Gazeta do Sul, orientações da entrega do dinheiro gravadas em fitas cassetes, uma investigação difícil sem muita tecnologia e uma pista que mudou toda a história”, complementou o jornalista Cristiano Silva, sobre o caso.

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