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Seria a escola essencial?

Há seis meses estamos sob decretos, mandos e desmandos do poder público. Os governos municipal e estadual decidem e definem o que é essencial e o que não é. Penso ser bastante complexo o que define a essencialidade de um atividade, seja ela assistencial, comercial, industrial ou de serviços. Quais seriam os critérios utilizados pelos gestores e respectivos gabinetes para definir isso?

Essencial, segundo o dicionário, é algo imprescindível, fundamental, relevante e necessário. Todos nós sabemos que a escola e a educação são essenciais para nosso futuro. Mas os gestores e seus gabinetes decidiram que ela não é essencial. Talvez isso explique muito do sucateamento das escolas e dos salários aviltantes dos professores da rede pública. Talvez o decreto que tornou a educação e a escola não essenciais esteja em conformidade com a importância que ela tem recebido com o passar dos anos.

Penso ser válido lembrar que a escola tem um papel bastante amplo em nossa sociedade. Além de escolarizar, ela é a guarda segura para os pais que precisam trabalhar, ela é que provém para muitos a principal refeição do dia, ela é que detecta muitas vezes os transtornos mentais, abusos e sofrimento, ela é que oportuniza a socialização e desenvolvimento neuropsicomotor, ela é que reforça o aprendizado da tolerância, do respeito e dos limites para com colegas e professores. Poderia aqui citar muitos outros papéis de suma importância que a escola tem para nossas crianças.

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Não há qualquer evidência de que o ensino a distância funcione na educação fundamental. Nada. Tudo que está sendo feito é algo novo e empírico. Não sabemos o quanto é o bastante nem o quanto é demais. Quem mais sofre com tudo isso são justamente os alunos das séries iniciais. E esse sofrimento é compartilhado por pais, professores e pela própria escola, que se vê amarrada pelos decretos. A ausência das atividades escolares acarreta um efeito dominó que, como sempre, prejudica os mais carentes e vulneráveis.

Sem previsão de retorno, as apostas são na vacina. Mas a vacina não trará imunidade plena. Isso mesmo. Vacinar-se não será garantia de nada. Teremos que aprender a conviver com a Covid, como já fazemos com meningite, tuberculose, gripes e tantas outras doenças que existem há séculos. E nem por isso tínhamos suspendido as aulas por tanto tempo. Teríamos sido tão negligentes até então ou estamos exagerando na cautela?

Como desde março venho me posicionando contra o fechamento das escolas, me sinto bastante à vontade de reforçar minha opinião. Penso que o retorno às aulas deveria ser imediato e opcional. Minhas filhas voltariam certo, pois acredito que riscos sempre haverá e sempre houve. Quem quiser ficar em casa, que fique. Mas a vida deve continuar e a escola é essencial.

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