Me perguntam muito como fui parar numa fazenda me tornando produtor rural. A coisa começou porque me casei com uma santiaguense. Acabamos adquirindo glebas de campo, cuidando para que todas as áreas fossem contíguas. Como Santiago e Unistalda são propícios à pecuária, fomos aproveitando para fazer melhoramentos. Minha mulher logo me advertiu a não lotar as invernadas excessivamente para que a nutrição não entrasse em colapso. Por sinal, logo aprendi que a senha para o sucesso com gado e ovelhas é, nesta ordem: nutrição, sanidade, manejo e excelência racial.
Os animais têm que ser felizes, soltos, para poderem amamentar suas crias.
Nos propusemos a não cortar árvores nativas em nenhuma hipótese, muito menos caçar, a não ser o javali “importado”. Os campos do Bioma Pampa são santuários. Devemos preservar até os “predadores”. Eles só atacam terneiros ou cordeiros se lhes subtraímos o que era do cardápio deles há centenas de séculos. Vou relembrar que bovinos, equinos, ovinos só estão aqui há poucos séculos. Vieram com o Descobrimento.
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Sabiam disso?
Li esses dias um texto que está na internet em inglês, cujo autor me é desconhecido.
“Dormimos em um mundo e acordamos em outro. De repente a Disney está sem magia, Paris não é mais romântica, Nova York não se levanta mais, a Grande Muralha da China não é mais uma fortaleza e Meca está vazia. Abraços e beijos de repente se tornam armas, e não visitar nossos entes queridos tornou-se um ato de amor. De repente você percebe que poder, beleza e dinheiro são inúteis e não conseguem o oxigênio pelo qual se está lutando. O mundo continua sua vida e é lindo. Só que colocou humanos em gaiolas. Acho que a Natureza está nos mandando uma mensagem.”
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“Você não é necessário. Sem você o ar, a terra, a água e o céu estão bem. Quando voltarem lembrem-se que vocês são meus convidados, não meus mestres.”
Não temos o direito, só porque somos proprietários, a detonar matas e cursos d’água.
Realmente é de chorar o que está acontecendo nos oceanos. Seres aquáticos morrendo engasgados com dejetos que só os humanos produzem. Como eram as praias de rios há 60 anos? Maravilhosas, com florestas ciliares. Como eram os cursos d’água? límpidos. Como são hoje?
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O Lago Dourado está no limite.
Fala-se que a próxima grande guerra vai ser pela água. O “homo burraldus” já está na Lua e em Marte para se adonar das comunicações. Temo que vá poluir lá também.
Quem sabe, depois dessa pandemia, aprendamos e nos unamos mais harmonicamente com os demais seres. A Natureza está nos advertindo!
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