O filme da Romênia que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2013 é o cartaz desta terça-feira, 10, da sessão especial da Associação dos Amigos do Cinema de Santa Cruz do Sul em homenagem às mães. A exibição começa às 20 horas no auditório do Sindicato dos Bancários (Sindibancários – Rua Sete de Setembro, 489) e tem entrada franca.
Instinto Materno, de Calin Peter Netzer, é sobre Barbu (Bodgan Dumitrache), um homem infeliz que, aos 34 anos de idade, busca a sua independência ao sair da casa da mãe, Cornelia (Luminita Gheorghiu). Ela não gosta nem um pouco da situação, pois faz questão de ter o filho sob seus cuidados. Para piorar, Barbu passa a namorar uma jovem que também não agrada à mãe nem um pouco. Quando ele se envolve em um acidente trágico, que o deixa em estado de choque, Cornelia coloca o seu instinto protetor em primeiro lugar e faz de tudo para impedir que o filho seja preso.
O filme também trata sobre corrupção e divisão de classes na Romênia pós-comunista. Um admirável retrato, ou estudo, de uma mãe dominadora. Não por acaso, Instinto Materno é o maior sucesso de público da nova onda do cinema romeno. É o maior êxito de bilheteria entre filmes romenos na própria Romênia. A persona da atriz Luminita Gheorghiu ajuda bastante. Uma espécie de Meryl Streep ou Fernanda Montenegro local, ela com certeza contribuiu para levar os espectadores aos cinemas, mas a força do drama de Calin Peter Netzer garantiu o boca a boca.
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O enredo gira em torno desse filho que provoca um acidente mortal. Ele vai parar na delegacia e imediatamente a mãe, que pertence à burguesia do país, vem em seu socorro. Cornelia, então, aciona toda a rede de influências de que dispõe. Já que houve um acidente com vítima, é bom que se diga que a vítima pertence a uma família humilde. O espetáculo do poder é ostensivo, brutal.
Em Berlim, onde recebeu o Urso de Ouro, Netzer contou que, embora não seja autobiográfico, Instinto Materno se inspira na relação que o roteirista Razvan Radulescu e ele têm com as mães. “Ficamos amigos há anos e sempre falamos de nossas mães. O filme nasceu desse desejo de falar sobre mães possessivas e dominadoras. Para evitar o elemento autobiográfico, pensamos numa protagonista inglesa, depois numa italiana. Mais tarde nos demos conta de que, para ancorar o filme na realidade, precisávamos de uma mãe romena. Com ela, veio toda a carga social que conhecemos bem.”
* Com informações da Agência Estado.
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