Voltei das férias no começo da semana. Neste ano, elas coincidiram com o recesso da escola do Antônio. Tirando uma ida a Cachoeira do Sul para visitar minha mãe, ficamos em Santa Cruz com direito a filmes e noites de pantufa com a nossa família multiespécie – sim, Amora é a filha felina. Foram 15 dias de desconexão quase total e muitas histórias, algumas engraçadas, com meu filho. Teve a pane no carro em plena Avenida do Imigrante e espera pelo guincho, passeio de ônibus, caminhadas pelo Centro, idas ao café no início da tarde e até a busca por uma muda de bergamota para adoçar o próximo inverno.
Nos demais dias do ano, temos uma programação um pouco diferente, mas aproveitamos ao máximo os momentos de pai e filho. E isso inclui café da manhã com todos juntos, deslocamentos para a escola, natação e muitas conversas até a hora de dormir. Nas férias deu para curtir mais, pois não estávamos presos ao relógio. Fizemos tudo sem pressa. Brincamos, jogamos futebol em casa, preparamos churrasco, bolo e fomos à praça em uma tarde de terça-feira sem culpa. Conversamos muito a ponto de misturar três histórias em uma. Com ele, mergulhei no universo Pokémon, aprendi um pouco mais sobre as forças de cada carta, bem como entendi o que significa a cadeia de evolução dos bichinhos. Ainda tivemos batalha de Beyblade, brincadeiras de realidade virtual no shopping e, enfim, conseguimos um bichinho depois de deixar algumas dezenas de reais na maquininha.
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Este será meu oitavo Dia dos Pais. Em agosto de 2016, vivia a expectativa pela chegada do guri para outubro. Desde o dia em que a Verushka e eu descobrimos a gestação, tive certeza de que a paternidade seria a experiência mais incrível de todas. Com o tempo, essa convicção só aumentou.
Colocar um filho no mundo é mais do que incluir o nome na certidão, tirar fotos bonitas para a rede social. Ser pai em sua essência vai além de entregar a responsabilidade pelos cuidados para a mãe, irmão mais novo, avós, tios e padrinhos.
Com o tempo, apesar dos percalços, vamos aprendendo a lidar com as situações, encarar as necessidades e aproveitar todos os momentos da melhor maneira possível. Nem sempre vamos saber se uma decisão foi a mais acertada. Será que estou dando um bom exemplo? Será que aquilo que falei no trânsito não vai causar alguma consequência de ordem comportamental no futuro? Será que escolhi o bairro certo para comprar a casa? Será que já deveria ter iniciado a poupança para intercâmbio? Será que o tênis que ele está usando não vai causar um problema nas articulações? Ele vai gostar de qual esporte? Vai preferir exatas ou humanas?
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Apesar de todas essas e outras tantas incertezas, a paternidade é algo que ensina. Já escrevi em uma coluna que aprendemos a dar prioridade ao que realmente importa. E tem coisa mais importante que um filho? Falo por mim e afirmo que diante da importância que meu filho tem, a prioridade sempre será ele, nem que para isso precise fazer tripla jornada de trabalho – no meu caso como jornalista e advogado –, estudar cada vez mais, acordar cedo ou dormir tarde e ainda gerenciar o tempo para desfrutar ao máximo da companhia dele. E não dá para esquecer de dar atenção à saúde, pois precisamos nos manter firmes e fortes para cuidar do rebento ao lado da mãe, que também se desdobra no seu dia a dia.
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Por mais dispersas que essas afirmações possam parecer, elas vão fazer sentido de uma forma singela, como naquela hora em que o filho dá um abraço apertado, faz um afago ou demonstra que entendeu a importância daquelas coisas que o dinheiro não compra. Nesses momentos, as inquietações que insistem se manifestar sobre o estar certo ou errado caem por terra. Isso porque ser pai é, independentemente de qualquer coisa, ser responsável, assumir um compromisso de formar um cidadão e deixar o mundo um pouco melhor.
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Antônio, obrigado por me proporcionar esta experiência fantástica!
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