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Sequelas da Covid-19 após a internação podem afetar pacientes por um ano ou mais

Para quem está internado, nada mais animador do que receber o termo de alta. Nessa hora, a sensação natural é de que o problema que levou à hospitalização foi, enfim, sanado. Isso até a Covid mudar profundamente esse paradigma, por conta da quantidade de sequelas que muitos pacientes apresentam.

“As experiências anteriores com outras viroses respiratórias davam a impressão de que a Covid-19 se restringiria ao sistema respiratório, aos pulmões. Mas vimos uma doença que, de cara, se mostrou sistêmica: o vírus circula no corpo e acomete qualquer órgão”, afirma o diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (Incor), Carlos Carvalho.

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“Dependendo do grau de acometimento dos órgãos, há lesões agudas, e o que não esperávamos é que tais lesões não iriam cicatrizar de forma adequada. Muitas cicatrizam de forma exagerada e deixam sequelas. A partir daí, temos de desenvolver métodos para diagnosticá-las, fazer intervenção e, eventualmente, tratá-las”, explica Carvalho.

Em julho, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) apresentou a avaliação de 750 pacientes que ficaram internados no primeiro semestre de 2020. Após um ano, 60% deles apresentam sequelas como falta de ar, fraqueza, fadiga e dificuldade de concentração e memória. O acompanhamento deve durar quatro anos.

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São problemas que ganham contornos ainda mais graves quando somados a uma outra sequela comum: a instabilidade emocional. “É um medo do que não se conhece, o medo de quem vivencia todos os dias uma experiência diferente”, explica a presidente do Conselho Diretor do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do mesmo Hospital das Clínicas, Linamara Rizzo Battistella. “Em um dia, consegue se levantar e caminhar até o banco; no outro, não sai da cama.”

Em condições cognitivas e emocionais instáveis, o processo de reabilitação torna-se ainda mais difícil. “Se não lembro da orientação dada sobre o cuidado ao atravessar a rua e me deslocar dentro de casa, ou não me recordo sobre o uso correto dos medicamentos, não tenho condições para manter minha condição funcional adequada. É óbvio que o sucesso do programa de reabilitação estará comprometido”, acrescenta Linamara.

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Frente a uma doença que acomete todos os órgãos e sistemas, o caminho é o tratamento multidisciplinar, dentro de uma mesma abordagem terapêutica. “Quanto mais precoce e global for a reabilitação, mais chances o indivíduo tem de retornar, mais rápido e com mais funcionalidade, ao estado de antes”, afirma a coordenadora médica de Reabilitação da unidade Pompeia do Hospital São Camilo, Andréa Thomaz Viana.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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