Senadoras de oposição querem que o Congresso Nacional suspenda as votações na próxima quarta-feira, 8, em apoio ao movimento internacional de greve geral das mulheres. A iniciativa foi encabeçada por feministas dos Estados Unidos como um alerta à violência masculina e pela defesa da igualdade de gênero e encontrou apoio em diversos países ao redor do mundo.
A proposta, entretanto, não encontra apoio entre outros membros da Casa, majoritariamente homens. Atualmente, apenas 13 dos 81 senadores são mulheres. Quando questionados sobre a necessidade de paralisar as votações no Dia Internacional da Mulher, alguns senadores homens disseram acreditar “não ser necessário”.
A sugestão foi feita oficialmente, em plenário, para a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR). “Neste ano, o dia 8 de março será um dia de greves. Nós vamos fazer greves nas escolas, nas nossas casas, nas atividades domésticas, na área de trabalho. As mulheres vão parar por um dia”, explicou. Ela sugeriu que, em apoio ao movimento internacional, o Senado também não realize votações na quarta-feira. “Queremos nos unir à luta das mulheres, protestar e falar que o que acontece no Brasil e no mundo é um retrocesso nos direitos conquistados”, disse.
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As senadoras gostariam que a sessão do Senado no Dia Internacional da Mulher fosse totalmente dedicada ao debate da condição da feminina – mas sem votações, que poderiam ser realizadas nos dias seguintes. A ideia é que a Câmara siga a mesma sugestão.
Uma das preocupações das parlamentares, por exemplo, é com o projeto de lei que trata da punição penal para o crime de estupro e está atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. Na última semana, o relator do projeto, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), propôs a redução de para estupro de vulnerável quando o ato não envolver penetração sexual.
Procuradora especial da Mulher no Senado, caberá a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) propor a paralisação ao presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e aos demais senadores em reunião de líderes nesta terça-feira, 7.
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