Tem respeito, paciência, diálogo, união, café na cama e, claro, muito amor. Para ilustrar essa reportagem especial ao Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho, o casal entrevistado é formado pelos eternos namorados, Rony Flores de Jesus Bernardes e Arlinda Bernardi Bernardes. Ele aos 89 anos de idade, ela com 88. Nascidos em Ibarama, partilham do mesmo mês de nascimento e do mesmo signo, mas, sobretudo, compartilham suas vidas há 67 anos.
Foi em uma festa realizada na comunidade de Linha Salete, num mês de setembro, que eles tiveram o primeiro contato e rolou o interesse de Rony por Arlinda. O namoro, segundo ela, só engatou em novembro, depois de se encontrarem em um 2 de novembro, dia de Finados. O ano era 1956. “Naquele tempo, no segundo domingo, tinha que pedir licença ao pai dela para namorar. Quando ia visitá-la, no fim de semana, chegava cedo da tarde e ao entardecer tinha que voltar embora. Ia a cavalo, era o meio de transporte da época”, conta ele.
Dez meses depois, o casamento foi celebrado na Igreja Matriz São Paulo Apóstolo, em Ibarama, pelo padre Beno Reis. Aquele 3 de agosto de 1957, conforme recorda o casal, foi de intenso frio e geada, mas de muita alegria. “A comemoração iniciou cedo com o café da manhã na casa dos pais da noiva. Depois do casamento, o almoço foi na casa dos pais do noivo. Estava branco de geada”, relembra o marido.
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Ambos dedicaram suas vidas à agricultura, plantando tabaco, feijão, milho e outros cultivos e criações também para subsistência. De acordo com eles, eram tempos difíceis, com maiores desafios do que na atualidade, mas sempre juntos foram trabalhando, fazendo suas vidas e reforçando a base sólida do relacionamento. “Nós passamos muito trabalho. Naquela época para ir mais distante trabalhar ou ir a qualquer lugar era apenas de cavalo. O mundo de hoje, eu sempre digo, a nossa juventude tem um berço de ouro para embalar. Na nossa época era um berço de espinhos. Era difícil. Trabalhamos muito, mas fomos construindo nossas vidas”, ressalta Rony.
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Da união nasceram três filhos. A família depois então se expandiu, somando-se noras e genro, oito netos e quatro bisnetas. A casa dos avós, segundo eles, é o ponto de encontro, a reunião dos domingos ou mesmo em um dia ‘qualquer’, é o centro das moradias dos filhos e a referência em encontrar um abraço, uma palavra de carinho (até mesmo brincadeiras), ou um sorriso no rosto, assim como receberam nossa reportagem.
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Do final de década de 1950, quando ingressavam na casa dos 20 anos de idade e iniciavam o relacionamento duradouro, para hoje, revelam que o segredo está no respeito mútuo, na confiança, na paciência, no aprendizado e na parceria, na saúde e nos momentos desafiadores também. “Ter paciência. Fazer sempre de acordo, conversar, aí a gente vive bem. O mesmo com os filhos, conversar bastante”, salienta Arlinda.
O segredo também está no gesto repetido diariamente por Rony, que leva o “cafezinho na cama” para a amada. Parece até cena de filme, mas para eles é real. “Já celebramos o casamento algumas vezes. Foi no dia do matrimônio em 1957, nas Bodas de Prata, de Ouro, de Diamante, de Platina. Em agosto completa os 67 anos”, conta o marido, e assim se aproximam às Bodas de Neve.
Para os mais jovens, ressaltam: “Tem que ter bastante amor na família. Obedecer muito os pais. Num relacionamento, viver com respeito um pelo outro e em acordo.”
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Para os filhos, netos e bisnetas o casal é exemplo de companheirismo, de respeito, de uma boa convivência. Um amor partilhado nos pequenos gestos do dia a dia, que tornam a grandeza da vida uma dádiva de ter ao lado a companhia um do outro em quase sete décadas.
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