“Novas Tecnologias na Cadeia Produtiva do Tabaco: da lavoura à indústria” foi o tema de um seminário realizado na tarde dessa terça-feira, 19, no parque da Expoagro Afubra. A ocasião teve a participação de dois palestrantes. O primeiro foi o engenheiro agrônomo e especialista em sustentabilidade na produção do tabaco, José Inacio Zanon, que falou sobre “Manejo Integrado Solo/Planta”. Após, o gerente executivo da Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Giuseppe Lobo, abordou o tema “Novas Tecnologias de Utilização do Tabaco”.
Com realização da Comissão de Indústria, Comércio e Serviço da Câmara dos Deputados, o seminário teve a coordenação do deputado Heitor Schuch. Segundo ele, foi a primeira vez que a Câmara dos Deputados faz um painel na Expoagro Afubra para falar de tabaco e das novas tecnologias para a cultura. “Nos perguntamos para onde vai a fumicultura, que mercados vamos atender e como se melhora a produtividade”, indagou introduzindo o assunto. E o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcilio Drescher, lembrou que maior produtividade significa custo menor. “Temos que olhar o mercado e também nosso custo para produzir”, ressaltou.
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José Inacio Zanon disse que o manejo integrado de solo serve para produzir mais, melhor e preservando o meio ambiente. A proposta de manejo sustentável é baseada na premissa de que a microbiologia do solo precisa de ar e água. “Quando se fornece ambiente produtivo para a planta, ela produz mais e nosso objetivo é melhorar a produtividade do produtor”, destacou. “Técnicas e informações existem, mas as pessoas têm que querer fazer”, advertiu.
Ao mostrar exemplos dos danos causados pelo manejo inadequado, o palestrante assegurou que a produtividade de tabaco tem relação direta com os cuidados do solo. “Em lavoura sem palha, perco água e carbono e a temperatura alta paralisa o desenvolvimento das plantas”, disse, ao falar do manejo pela qual o foco sai da adubação apenas física e química e migra para a biologia. “A preservação da matéria orgânica é o principal fator da fertilidade e, para isso, é preciso ter diversidade nas plantas de cobertura”, aconselhou. “Investindo no manejo do solo, os ganhos são grandes com incremento na produtividade”, assegurou.
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E Giuseppe Lobo falou sobre as tecnologias mais recentes propostas pelas indústrias de tabaco, que são os dispositivos eletrônicos de fumar. “A cultura do tabaco vai continuar e a indústria tem feito o desenvolvimento de produtos para continuar de uma forma diferente e mais saudável”, falou. Além da previsão de continuidade do consumo do cigarro tradicional, Lobo lembrou que há uma parcela dos fumantes propensa a migrar para opções mais saudáveis. Porém, a aplicação dos produtos mais tecnológicos esbarra na falta de regulamentação no Brasil. “Dessa forma, temos um mercado ilegal que não gera impostos nem renda ao produtor e expõe os consumidores a produtos sem controle sanitário”, lamentou.
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