Com o objetivo de alertar a população para os riscos à saúde causados pela automedicação, acontece de 5 a de 11 de maio a Semana Estadual do Uso Racional de Medicamentos. Neste ano, em virtude da pandemia, o Conselho Regional de Farmácia gaúcho (CRF/RS) lançou a campanha Vacina é Prevenção, que destaca a importância do farmacêutico e da vacinação para prevenir doenças.
Em entrevista à Rádio Gazeta, a farmacêutica da Farmácia Escola da Unisc e especialista em Práticas Integrativas e Complementares, Mênia Brandenburg Back, explicou que o objetivo é alertar a população sobre a queda da taxa de vacinação no Estado e País, além de salientar o papel do farmacêutico no auxílio para a imunização. “Desde 2015, o Brasil não atinge uma meta no calendário de vacinação infantil. O déficit é tanto de crianças quanto de adultos. Muitas vezes, a pessoa nem sabe onde está sua caderneta”, comentou.
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Segundo ela, a baixa procura por vacinas, na maioria das vezes, está relacionada a dificuldades no deslocamento das pessoas até as unidades de saúde ou em conciliar os horários de trabalho com o atendimento nos postos, sem falar no efeito das fake news. “Muitas pessoas não procuram se informar em meios de comunicação ou em associações confiáveis e acabam obtendo informações falsas sobre as vacinas, em sites ou redes sociais. Por isso, a dificuldade de atingir essas metas.”
A orientação, segundo ela, é manter a caderneta de vacinação atualizada e, em caso de dúvidas, procurar um posto de saúde ou farmacêutico de confiança para verificar se todas as doses estão em dia. “O farmacêutico é o único profissional de saúde que tem a responsabilidade e competência técnica para atuar em todo o ciclo de vida dos medicamentos. Isso inclui a pesquisa, fabricação, distribuição, armazenamento, aplicação e vigilância em saúde, entre outros. Quem não tiver mais a caderneta pode procurar o posto de saúde, pois algumas informações podem ser obtidas por meio de rastreabilidade”, orientou. “Queremos incentivar as pessoas a se vacinarem, não somente contra o coronanavírus, mas contra outros vírus também.”
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Sobre o uso racional de medicamentos, Mênia ressaltou a importância de ações educativas, que vão além da prescrição e dispensação do remédio. “O uso racional envolve a pessoa receber um medicamento apropriado para sua necessidade clínica, na dose correta, no período adequado e conforme as particularidades individuais de cada pessoa. E, preferencialmente, com o menor custo possível para o indivíduo ou comunidade”, salientou a farmacêutica.
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No Brasil, apesar do Programa Nacional de Imunização (PNI) – referência mundial, com a aplicação de vacinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) –, as coberturas vacinais estão em queda desde 2015. O calendário infantil não atinge nenhuma meta há três anos. Em 2019, após registrar mais de 18 mil casos de sarampo, o Brasil perdeu o certificado de erradicação da doença, concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde em 2016.
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Somente no Rio Grande do Sul, de janeiro de 2019 a junho de 2020, 138 casos da doença foram confirmados. Destes, 80% aconteceram em pessoas não vacinadas ou com esquema incompleto. Os dados são do Centro Estadual de Vigilância Sanitária (Cevs).
De acordo com Mênia Back, tão importante quanto cuidar da alimentação é ficar imunizado contra as doenças. “Quando a gente pensa em qualidade de vida, pensa apenas em praticar atividades físicas ou em uma alimentação saudável, mas a vacinação faz parte da qualidade de vida do ser humano. Somente ela vai evitar que você contrarie algumas doenças e as passe diante”, explicou.
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