Por volta das 16 horas deste domingo, 20, manifestantes do Movimento Resistência Popular (MRP), de luta pelo direito à moradia, começaram a deixar o Hotel Saint Peter, no Centro de Brasília, depois de chegarem a um acordo com o governo do Distrito Federal (GDF). O local estava ocupado desde o ultimo dia 14. Segundo líderes do movimento, mais de 400 famílias estavam no prédio.
As pessoas foram levadas em nove ônibus – cinco do GDF e quatro oferecidos pelo proprietário do hotel – para o Clube Primavera, em Taguatinga, a 40 minutos do centro da capital. O terreno está desocupado e pertence a uma das empresas do governo local. Quatro caminhões foram carregados com os objetos dos integrantes do movimento, como colchões e pertences pessoais.
“A ideia é irmos para este local e só sairmos de lá para as casas definitivas [prometidas pelo governo]”, disse Edson Silva, um dos responsaveis pelo movimento. “Não era o que a gente queria. Queríamos ir direto para casas [definitivas], mas é um espaço legal. Foi o que deu para nós.”
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Ele acrescentou que as empresas de energia e distribuição de água do DF irão nesta segunda-feira, 21, até o terreno ocupado provisoriamente para garantir o fornecimento de serviços básicos. Ainda não há uma indicação do GDF sobre local ou prazo para que o espaço definitive fique pronto. Segundo Edson, na terça-feira, 22, haverá uma nova reunião com o GDF para fornecer mais detalhes sobre os novos imóveis.
Responsável pelo movimento de desocupação, o major Hercules Freitas, coordenador da Subsecretaria de Ordem Pública, avaliou que a retirada foi dentro das previsões do órgão. “Tudo foi muito tranquilo e pacífico”, afirmou. O major acrescentou que outros dois caminhões foram a sede do sindicato do movimento pegar barracas que tinham sido retiradas do Setor Bancário Norte onde o grupo estava acampado antes de ocuparem o hotel. “Tínhamos retirado e deixado no sindicato. Hoje vamos tudo para o clube para as famílias montarem acampamento por lá”, disse.
O advogado do Hotel Saint Peter, Sérgio Roncador, acompanhou a desocupação. Segundo ele, a estratégia da defesa será levantar possíveis estragos provocados pelo movimento. “Tivemos a medida judicial para reintegrar o hotel. Agora vamos apurar o que de fato tem de prejuízo e, a partir daí, vamos buscar os responsáveis para ressarcir os proprietários. Tudo vai ser analisado com calma a partir da constatacao do dano para individualizer as responsabilidade”, afirmou.
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Líderes do Movimento Resistência Popular negam terem provocado estragos no prédio. Segundo eles, o hotel estava em reforma e muitas coisas já estavam quebradas quando entraram no local. “Eles vão ter de provar que fomos nós que estragamos. Nada foi quebrado [pelo movimento]”, garantiu Edson Silva.
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