Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

Câmara de Vereadores

Sem remuneração, sessões extras despencam

Levantamento feito pela Gazeta do Sul mostra que, desde que os vereadores de Santa Cruz deixaram de receber para comparecer a sessões extraordinárias, o número de reuniões realizadas durante os períodos de recesso despencou.

A extinção da remuneração em reuniões extraordinárias foi aprovada em 2009, a partir de um projeto do vereador Wilson Rabuske (PT), e entrou em vigor na atual legislatura, que teve início em 2013. Até então, os parlamentares tinham direito a receber por até quatro sessões por mês durante os recessos. O valor pago por cada sessão era equivalente a um quarto de salário – o que significa que, a cada quatro sessões extraordinárias, os vereadores tinham direito a um salário a mais.

O recesso na Câmara vai de 15 de dezembro a 15 de fevereiro. Até 2008, os trabalhos também eram interrompidos em julho. O levantamento mostra que, durante vários anos, convocações eram comuns durante os recessos. Entre 2001 e 2012, foram realizadas em média 16 extraordinárias por ano. Em alguns anos, o número foi até maior: em 2005, por exemplo, foram 21.

Publicidade

As atas do Legislativo revelam ainda que, em algumas ocasiões, os vereadores chegaram a receber até 16 salários em um único ano,  ou perto disso, graças a sucessivas convocações em dezembro, janeiro, fevereiro e julho. Isso aconteceu em 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2012. Nos demais anos, no entanto, também houve convocações durante o recesso.

Embora os vereadores alegassem à época que as convocações ocorriam devido à demanda de projetos do Executivo, o levantamento aponta que o volume de extraordinárias começou a cair assim que a remuneração foi extinta. De janeiro de 2013 até agora, foram apenas 17 reuniões. Em 2014, por exemplo, foram apenas duas durante todo o ano (veja quadro).

O atual presidente da Câmara, Alceu Crestani (PSDB), nega que a queda no número de sessões tenha relação com o fim da remuneração. Segundo ele, as sessões são convocadas sempre que há demandas do Executivo. “Se o Executivo convoca, fazemos. Às vezes, inclusive, os vereadores são chamados em cima da hora, e ninguém se nega a vir. São pouquíssimas faltas em sessões extraordinárias”, disse.

Publicidade

Atualmente, são 17 vereadores, que recebem R$ 8,3 mil por mês. Na prática, a economia da Câmara com a não remuneração pode chegar a mais de R$ 550 mil por ano.

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.