A matemática do técnico Dunga para ter êxito nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo Rússia 2018 é simples: somar pelo menos quatro pontos a cada duas rodadas. Para atingir esse objetivo, a seleção brasileira precisa superar diversos problemas para surpreender o Paraguai nos Defensores del Chaco nesta terça-feira, 29, às 21h45 (de Brasília), em Assunção. O empate por 2 a 2 com o Uruguai fez com que o confronto desta terça-feira se tornasse ainda mais importante, principalmente para o treinador do time canarinho.

Desde que retornou à seleção, Dunga nunca esteve tão pressionado. Até uma possível demissão é cogitada nos bastidores da Confederação Brasileira de Futebol em caso de mais um resultado negativo. A sexta rodada vai ser disputada integralmente nesta terça e o Brasil, atualmente terceiro colocado, pode acabar até em sétimo conforme os resultados do seu e dos outros quatro jogos. Depois desta terça, as próximas duas rodadas do torneio classificatório para o Mundial da Rússia serão apenas em setembro.

Dunga ressalta a dificuldade que todas as seleções estão tendo na competição. Em entrevista coletiva na concentração da seleção em Viamão, onde a equipe treinou de sábado até a manhã dessa segunda, o técnico rejeitou a ideia de contar pontos perdidos dentro do planejamento de desempenho no torneio e frisou que a meta é ganhar sempre. “Nunca vi ninguém fazer planejamento de ficar fora ou perder, é sempre otimista. Mas sabemos que vai ser disputado até a última rodada. Se nas outras eliminatórias, que não considerávamos tão difíceis, o Brasil sempre se classificou na última rodada, esta será ainda mais complicada. Temos que jogar para vencer”, acentuou o treinador.

O cenário é ainda mais desfavorável pela ausência do principal jogador da seleção. Suspenso pelo segundo cartão amarelo, Neymar está fora da partida, assim como David Luiz, também no gancho automático pelo mesmo motivo. Eles dão lugar para o centroavante Ricardo Oliveira e ao zagueiro Gil, respectivamente, mudanças que devem fazer a equipe brasileira mudar a forma de atuar. Nos últimos jogos, Douglas Costa, Willian e Neymar se movimentavam bastante na frente, trocavam de posição e abriam espaço na defesa. Foi assim que o time fez 2 a 0 sobre o Uruguai sem dificuldades no primeiro tempo do duelo da última sexta-feira – até perder o ritmo, os uruguaios se organizarem e buscarem o empate.

Com Ricardo Oliveira, a equipe ganha uma referência dentro da área, mas perde na movimentação ofensiva. Dunga, no entanto, não confirmou os ingressos dele e de Gil na equipe no Paraguai. “Escolhemos (os titulares) pela forma que os jogadores estão treinando e jogaram os últimos jogos da seleção, e pelas características que precisamos em campo”, explicou.

No Paraguai, todos comemoram a ausência de Neymar, mas o técnico Ramón Diáz adota um discurso mais político. “A ausência é importante porque ele desequilibra, mas o Brasil também tem bons jogadores e vamos tentar fazer a vida deles ser impossível”, provocou. Ortiz e Rojas deixaram o jogo com o Equador, na quinta, com dores musculares, mas devem atuar hoje. A grande atração fica para o jovem meia Iturbe, de 22 anos, argentino naturalizado paraguaio que deve abastecer o ataque.

ELIMINATÓRIAS
PARAGUAI X BRASIL

Local: Estádio Defensores del Chaco, em Assunção-PAR
Data: 29 de março de 2016, terça-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Wilmar Roldán-COL
Assistentes: Alexander Guzmán Bonilla-COL e Cristian De la Cruz Achicanoy-COL

PARAGUAI: Justo Villar; Gustavo Gómez, Paulo Da Silva, Pablo Aguilar e Miguel Samudio; Juan Iturbe, Néstor Ortigoza, Richard Ortiz e Óscar Romero; Darío Lezcano e Roque Santa Cruz
Técnico: Ramon Diaz

BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Gil, Miranda e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Fernandinho e Renato Augusto; Willian, Douglas Costa e Ricardo Oliveira
Técnico: Dunga