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Sem educação não há solução

Cada vez que algum indicador de qualidade – ou quantidade – de avaliação da educação é divulgado, o que se vê são sentimentos que misturam vergonha, preocupação e revolta. Base de tudo, o ensino em nosso país é responsável por um conjunto infindável de consequências cuja causa é o empobrecimento das bases consolidadas dentro da sala de aula. Era, por várias gerações, um ambiente propício ao desenvolvimento de princípios e valores que fortaleciam a ideia de um cidadão ético.

O expediente de usar a sala de aula como incubadora para gerar e disseminar conteúdos políticos e ideológicos não é novo. Sempre convivemos com agentes que se mostravam muito mais preocupados em defender seus pontos de vista partidários do que valorizar esforços para reduzir o analfabetismo, a evasão e o desinteresse dos alunos.

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Com o advento das redes sociais, é possível vislumbrar frequentemente vídeos denunciando práticas que nada têm a ver com os ditames do currículo a ser implementado. As táticas de manipulação de jovens inexperientes, como se fossem aspirantes ao cargo de cabos eleitorais, ganharam contornos de epidemia, tamanha quantidade de absurdos. Essa espiral tem se agravado em decorrência de uma série de fatores que somados subverteram as rotinas escolares.

É preciso reconhecer que um componente fundamental para turbinar as distorções dentro da sala de aula é a ausência de comprometimento de muitos pais e responsáveis pela educação de jovens. Não resta dúvida que é extenuante sentar-se com os filhos para conversar sobre o dia a dia na escola. Também cansa corrigir as lições ou cobrar conteúdos para as provas. Causa esgotamento físico e mental simular testes de conhecimento. Da mesma forma, é preciso energia para conhecer os coleguinhas e chamá-los pelo nome.

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Outra tarefa importante é manter uma rotina de conversar com os professores para trocar ideias, mostrar-se disponível e disposto a aceitar eventuais críticas ao herdeiro. Esta última uma tarefa dura de cumprir.

O que se vê é o desinteresse de pais que ficam nas redes sociais ao invés de compartilhar do cotidiano escolar dentro de casa. Chamados à escola, frequentemente se mostram contrariados diante de críticas que incluem desleixo na sala de aula e falta de comprometimento para cumprir tarefas. Costumam defender o filho, sem ao menos ouvir o professor, figura outrora valorizada.

O retrocesso no respeito à hierarquia em nome de “novas e modernas práticas” tem mostrado, ao longo do tempo, que os resultados são frustrantes. O formato das aulas, os materiais empregados e a didática também contribuem para aumentar o fosso entre o ensino ideal e a realidade brasileira.

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Guilherme Bica

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