Santa Cruz do Sul

Sem água nas torneiras, moradores apelam para “bica” em Santa Cruz

A dona de casa Iara Cardoso, 58 anos, está há uma semana sem água em casa, desde a passagem do temporal. A situação tem causado transtornos para ela e outros moradores, que não podem fazer as tarefas básicas do dia a dia, como cozinhar e tomar banho. Uma alternativa foi buscar água em uma espécie de fonte natural, no Bairro Faxinal Menino Deus. “Não tem uma gota nas torneiras. Não posso lavar louça, beber ou tomar banho. São sete dias na expectativa de que o serviço volte”, disse a moradora do Bairro Pedreira. A “bica”, como é popularmente chamada, fica na Rua José Pedro Frohlich e é uma das últimas opções para evitar a sede, tendo em vista que o produto nos mercados também se tornou escasso. “É uma situação crítica.”

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O serviço de abastecimento apresentava problemas em Santa Cruz antes da passagem do temporal que assolou a região e se agravou nos últimos dias, devido às enchentes. “Sabemos que é um momento difícil para a Corsan, mas ficar uma semana sem água é algo que nunca aconteceu”, desabafa a dona de casa.  Nessa segunda à tarde, a busca pela água na bica chegou a formar fila. O pedreiro José Alencar, 57 anos, ressaltou que já foi em outras oportunidades pegar o líquido, mas não de forma intensa como agora. “Eu moro no Bairro Santa Vitória e tenho que vir aqui para obter água. É a forma que conseguimos nos manter de algum jeito, nessa situação.”

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A assessoria da Corsan informou que a turbidez (lama) elevada na água captada causou o desabastecimento em seis bairros nessa segunda: Santo Antônio, Esmeralda, Distrito Industrial, Santa Vitória, Arroio Grande e Progresso. Já no caso do Pedreira, onde reside Iara Cardoso, o problema teria sido causado por um vazamento – o conserto foi providenciado ainda na tarde dessa segunda.

Para as demais áreas da cidade, a companhia ressaltou que o fornecimento foi interrompido, pois a produção de água está diminuída no município em função da lama presente no Lago Prefeito Telmo Kirst, que abastece a cidade. “Por conta disso, o tratamento requer maior tempo para garantir a potabilidade”, cita o texto.

Dona de casa Iara: há sete dias sem água
Pedreiro José: alternativa para se manter

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Sem previsão

No mesmo texto enviado pela Corsan à Gazeta do Sul, a companhia informa que monitora a característica do Lago Prefeito Telmo Kirst. No entanto, em razão da lama, não há previsão de normalizar o abastecimento em Santa Cruz. Como forma de evitar que toda a cidade fique desabastecida, a Corsan está realizando manobras operacionais na rede para que todos os bairros recebam água de forma alternada.

Uma das principais queixas dos clientes é a coloração da água ao chegar nas torneiras. Segundo a Corsan, isso acontece porque as redes ficaram ressecadas com a interrupção do abastecimento. “Essa mudança é causada pelo desprendimento de partículas das paredes das tubulações, e a Companhia está fazendo expurgo nas canalizações para que a coloração volte ao normal.”

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A Corsan recomenda à população que faça uso consciente da água, sem desperdício. Sem que se tenha esse cuidado, os locais com o abastecimento restabelecido poderão sofrer falta de água novamente. Além de Santa Cruz, na região central há mais nove cidades afetadas pela falta de água: Agudo, Arroio do Tigre, Cachoeira do Sul, Dona Francisca, Rio Pardo, Santa Maria, Venâncio Aires, Silveira Martins e Lagoa Bonita do Sul

Para mais informações, os clientes têm à disposição o aplicativo Corsan, site www.corsan.com.br (na Unidade de Atendimento Virtual), ligações gratuitas pelo 0800 646 6444 e WhatsApp (51) 99704 6644.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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