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OPINIÃO

Seleção canarinho sem sangue

Vai longe o tempo em que parávamos os nossos afazeres para ficar diante da TV para ver cada jogo da seleção brasileira de futebol, fosse por alguma competição ou amistoso. Os atletas em campo atualmente não honram os ídolos do passado que usaram a camiseta canarinho e nos deram tantas glórias. Pesam nos jogos a vaidade, individualismo, estrelismo, falta de comprometimento tático. Garra e respeito ao torcedor são algo que esta geração convocada desconhece o significado. Estão muito mais preocupados com o penteado e com a cor das chuteiras.

Ao assistirmos aos jogos das seleções europeias e boa parte das sul-americanas, dá uma angústia lembrar da performance brasileira em campo nos últimos anos. E, para piorar, parece que só andamos para trás. É muito mais agradável assistir aos jogos de vôlei e outros esportes, entre eles o futebol feminino. Ou, então, as apresentações dos atletas e equipes de ginástica, com Rebeca Andrade e companhia esbanjando o verdadeiro orgulho de representar o Brasil nas competições.

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Mas o que está acontecendo com a seleção brasileira de futebol? Em uma análise pelo que vemos no dia a dia, pode-se enumerar vários fatores que se somam, a começar pela má gestão da CBF. Outro aspecto é a supervalorização do eixo Rio – São Paulo, marginalizando os demais estados. Ou alguém tem dúvida que qualquer clube da elite desses dois estados teria um tratamento muito melhor ao dado aos gaúchos se tivessem enfrentado as consequências da catástrofe climática? Sem falar nas decisões imparciais da arbitragem e do tal de VAR sempre que os confrontos são contra times cariocas e paulistas.

Outro aspecto é o endeusamento dos atletas assim que começam a se destacar em alguns jogos em campo. E aí boa parte da culpa é de uma parcela dos responsáveis pela cobertura esportiva no País. E por que nossos atletas que se destacam nos maiores clubes do exterior sucumbem na seleção? Lá eles precisam atuar de acordo com o sistema implementado pelo treinador, que tem respaldo da direção e coloca qualquer estrela no banco se o desempenho for abaixo do esperado. Aqui na seleção, qual foi o último técnico com domínio total sobre os convocados? Talvez Felipão, não dos 7 x 1 levados da Alemanha, mas aquele que uniu os atletas com a famosa superação da Família Scolari, onde até Ronaldo Fenômeno venceu toda a desconfiança com as seguidas lesões e o Brasil foi Pentacampeão do Mundo.

Enquanto nossos atletas na seleção estiverem mais preocupados em se destacar em campo pelo penteado, sem comprometimento com o time, vai ser difícil vermos novamente dias de glória com a canarinho. Vejam o exemplo dos nossos vizinhos, a Argentina. Quando Messi está em campo, parece que os demais jogadores se doam em campo para superar as limitações do ídolo pela idade. E que beleza ver a Colômbia, com um time bem organizado e todos comprometidos em campo. Dá dó de ver o Brasil atualmente e muita saudade dos ídolos do passado. Em qualquer atividade, o sucesso depende de organização, dedicação e superação. E não é diferente no futebol. Jogar só pela estrela não leva a nada.

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