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Seja fiscal

Passou a eleição, o Natal, as celebrações de Ano-Novo e no fim de semana novos prefeitos e vereadores tomaram posse. O mundo das promessas é passado. Deu lugar ao mundo real, onde os administradores têm o desafio de tornar realidade as promessas que embalaram as campanhas eleitorais.

O panorama de crise política, moral e econômica não serve mais de desculpa. Essa é uma situação que se arrastou ao longo dos anos, tornando-se aguda em 2016, a partir das bombásticas revelações da Operação Lava-Jato. As consequências, no entanto, estão longe do final. Teremos desdobramentos dos acordos de delação/leniência de dezenas de executivos da empreiteira Odebrecht, onipresente no mundo todo, graças ao hábito de pagar polpudas propinas em dólar.

O prefeito é a figura pública mais influente em nossa vida. Vivemos na cidade e ali trabalhamos, auferimos renda, formamos família, sonhos. O administrador máximo do município é nosso conhecido. Toda a população conhece seu passado, hábitos, vícios, trajetória pessoal e profissional. Assim, não cabe a desculpa de que um desconhecido irá administrar nossos destinos nos próximos quatro anos.

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A maioria das comunidades brasileiras carece de segurança, educação e saúde. Um tripé que irrita, tamanha a repetição por parte das autoridades, sem que se chegue a soluções. O desemprego, que atinge 12 milhões de pessoas em nosso País, impede a geração de renda, que é resultado da arrecadação de impostos e tributos, fundamentais para o incremento de melhorias para minimizar as mazelas da população.

Cortar, enxugar, racionalizar, otimizar são os verbos da moda neste início das novas gestões. Há promessas mirabolantes de “fazer mais com menos”, mas há experiências exitosas, coordenadas por gestores que trabalham sintonizados com a realidade. Isso pode ser viabilizado por meio do acompanhamento diário das despesas que escorrem entre os dedos e que, no final do ano, acumulam deficits espetaculares.

Teremos relatos de recuperações históricas e de retumbantes fracassos, como sempre acontece. Democracia nasce do hábito de votar, de errar e acertar. Isso gera o aperfeiçoamento das relações em que nós, eleitores-cidadãos-contribuintes, devemos abandonar a postura de meros expectadores. É preciso votar, acompanhar, cobrar, fiscalizar e, se necessário, mudar daqui a quatro anos. Sem isso, não adianta reclamar.

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