Um dia todos nós “vamos partir desta para uma melhor”. Mas será melhor mesmo? Quando será? Conseguirei ver o que vai acontecer? Ironicamente, o grande mistério da vida é a morte. É a culminância de uma contagem regressiva que se inicia no dia do nosso nascimento. Apesar dos avanços, até hoje nenhuma tecnologia conseguiu que alguém reporte detalhes de “como é do outro lado”, relatando a sensação de deixar a vida terrena para entrar na lembrança dos entes queridos. A eternidade é um sonho perseguido desde os primórdios. O homem é um inconformado diante da inevitável finitude.
Há poucos dias, assisti a um vídeo protagonizado pelo filósofo, palestrante e professor Mário Sergio Cortella, a quem admiro pela simplicidade de raciocínio e pela capacidade de analisar situações do cotidiano. “Morrer é ser esquecido. A única maneira de não ser esquecido é ser ‘importado’ para dentro de outras pessoas, através do nosso comportamento”, filosofou. E não é que esse paranaense de Londrina está coberto de razão?
Ao longo da existência temos oportunidades diárias para deixar a nossa marca através de atos de solidariedade, generosidade e gentileza. Infelizmente, estes são atributos pouco valorizados, reflexo do endurecimento emocional, da hipervalorização do aspecto material em detrimento de valores afetivos. Sem nos darmos conta, notamos com frequência que muita gente faz uma falta danada no nosso dia a dia.
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Outros, no entanto, quando partirem, nos deixarão até felizes – embora não admitamos – porque eles apenas semearam discórdia, rancor, egoísmo e deixaram rastros deprimentes por onde passaram. “Enquanto alguém derramar uma lágrima ou esboçar um sorriso ao ouvir o nosso nome teremos, depois da partida, a certeza de que nossa trajetória terrena, nossa existência, valeu a pena. E será eterna!”, explica Cortella. Os filhos talvez sejam o principal exercício de protagonismo humano que a vida oferece porque permitem eternizar nossas virtudes.
Os filhos irão perpetuar as nossas qualidades, através da reprodução de comportamentos altruístas, solidários, cristãos e de entendimentos. A tarefa de educar tem sido um duro desafio para pais e professores. Desde a mais tenra idade, as crianças travam contato com uma avalanche de conteúdos que são potencializados pela tecnologia onipresente. A qualidade dessas informações por vezes colide com a tentativa de ensinamento de princípios, valores e respeito à convivência fraterna.
Fama, importância, destaque. Tudo isso, algum dia, vai passar. O que fica para sempre é o exemplo para inspirar, o comportamento para balizar e a convivência em que teoria e prática andam juntas. Educar é ser coerente, vivenciando o que ensinamos aos filhos.
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