A audiência pública realizada nessa segunda-feira, 6, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Santa Cruz do Sul era para tratar sobre as mudanças apresentadas no projeto de lei complementar 45/2023 para o Plano Diretor. Discutiu-se, no entanto, sobre o que não consta no texto que deve ser apreciado pelos vereadores. O plenário foi ocupado por moradores do Bairro Várzea, que fizeram questão de reforçar o interesse em continuar em suas residências e apresentar sugestões sobre como podem ser minimizados os efeitos das cheias.
Ciente de que o assunto da área alagável – que estava na proposta de mudança do Plano Diretor retirada da pauta em julho – seria pauta, o secretário de Planejamento e Governança, Everton Oltramari, abriu sua participação tranquilizando os moradores. “Não há uma vírgula sobre o bairro, nem hipótese de alteração de zoneamento no local”, afirmou.
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Segundo o representante do Executivo, a ampliação da zona de área alagável, que estava na proposta de julho, baseia-se em estudo realizado por técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). No entanto, diante da negativa, o texto foi retirado e qualquer modificação passará por novo trâmite. “A prefeita Helena [Hermany] determinou que alterações no local precisam passar por amplo debate com a comunidade, os conselhos técnicos, o poder Judiciário, o Ministério Público e a Câmara de Vereadores”, antecipou.
A fala de Oltramari deve tranquilizar pessoas como Meura Zagonel, que apresentou os documentos comprovando que as habitações do Várzea são regulares. “Temos a fama de invasores, mas compramos e temos os documentos. Não queremos sair de lá”, reforçou.
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Suplente do conselho da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Santa Cruz do Sul (Agerst), Geraldo Gottert apontou que tomar a decisão de denominar como área alagável pode valorizar ou desvalorizar os imóveis e o Município deve ser solidário em eventuais danos materiais. Além disso, frisou o que também foi citado pelo secretário Oltramari: que as modificações para minimizar ou solucionar os problemas do Várzea também passam por ações de outras cidades, como Vera Cruz, e em bairros vizinhos.
O ex-prefeito José Alberto Wenzel, que trouxe a ideia da criação de piscinões no local, acredita que exista solução para o bairro e ela pode ser viabilizada com o uso de tecnologia. Ao mesmo tempo, porém, deverá ser observado o resultado de uma ação civil pública que o Município perdeu em instância inicial, o que inviabiliza novos licenciamentos.
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O projeto de lei complementar 45/2023 não trata sobre o Bairro Várzea, mas traz uma série de alterações no Plano Diretor, que foi instituído em 2019. Confira as propostas.
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