A morte de uma representante comercial de 44 anos durante assalto em frente a uma escola no Bairro Higienópolis, em Porto Alegre, no fim da tarde de ontem, desencadeou uma mudança na cúpula da segurança pública no Estado. No fim da noite o Palácio Piratini soltou uma nota informando que o secretário de Segurança, Wantuir Jacini, pediu exoneração do cargo e que o governador José Ivo Sartori (PMDB) montou um gabinete de crise para tratar da crescente onda de violência que atinge principalmente a Capital.

O grupo será coordenado pelo vice-governador José Paulo Cairoli e começa a funcionar já na manhã de hoje. Logo no início do dia haverá uma reunião, na sede do governo, com a chefia de todos os órgãos de segurança do Estado. Sartori quer novas providências para tentar controlar a criminalidade. Até o fim da manhã ele deve detalhar as ações que serão colocadas em prática. Ontem à noite um grupo de moradores chegou a ensaiar um protesto em frente ao condomínio de Sartori, na Zona Sul.

A morte da representante comercial chocou Porto Alegre. Foi o 25º caso de latrocínio (roubo seguido de morte) registrado desde o início do ano. Cristiane Fonseca Fagundes estava dentro do carro na Rua Ari Marinho, perto do Colégio Dom Bosco (Bairro Higienópolis), quando foi baleada na cabeça por um assaltante. Quatro suspeitos chegaram a ser presos em seguida. Eles estariam fazendo um arrastão nas redondezas. Cristiane estava com a filha no banco de trás do carro enquanto aguardava o filho sair da escola. Testemunhas contaram que o criminoso bateu no vidro e exigiu o celular da vítima, que foi baleada mesmo sem reagir. O governo informou, em nota, que “se solidariza com os familiares das vítimas da criminalidade”.