Conhecida nos séculos XIX e XX como a “doença dos poetas”, ao contrário do que muita gente acredita, a tuberculose continua mais resistente do que nunca e no Brasil ainda constitui um sério problema de saúde pública. A cada ano são notificados aproximadamente 70 mil novos casos no país e 4,6 mil pessoas vão a óbito em decorrência da doença.
Para alertar a população sobre a gravidade deste quadro, a Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul está promovendo a 6ª Semana de Combate a Tuberculose. De hoje até a próxima quinta-feira, 24, Dia Mundial da Tuberculose, profissionais da rede estarão informando e orientando a população sobre sinais e sintomas e também como e onde procurar ajuda. As ações serão complementadas com distribuição de folders, acolhimento e palestras nas salas de espera de todos os postos de saúde.
Nesta segunda-feira, dia 21, um ônibus da Stadtbus chamou a atenção dos transeuntes que passaram pela Praça Getúlio Vargas. Profissionais da secretaria estavam no local a disposição para dar esclarecimentos e conversar com a população a respeito de diagnóstico e formas de tratamento. Quem desejou também pôde aproveitar a presença da SMS para verificar a pressão arterial e levar para casa material informativo.
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De acordo com a enfermeira Vanda Beatriz Hermes, coordenadora do Programa Municipal da Tuberculose e Hepatites Virais, o grande problema hoje é a falta de adesão ao tratamento, principalmente entre pacientes que são também usuários de álcool e outras drogas. “Nossa grande preocupação é fazer com que as pessoas levem adiante o tratamento. Nos deparamos com a doença cada vez mais resistente à medicação de primeira linha, o que significa que o bacilo está mais forte, mais resistente, dificultando a cura”, explica.
A tuberculose é uma doença contagiosa, causada por uma bactéria, que afeta principalmente os pulmões, mas que também pode infectar outras parte do corpo, como rins e ossos. “Apesar da gravidade, a tuberculose tem cura, porém o tratamento é demorado, leva no mínimo seis meses e precisa ser seguido à risca”, disse. A detecção da doença é simples, conforme esclarece a enfermeira, e pode ser feita através da baciloscopia e cultura de escarro. Em Santa Cruz do Sul o exame está presente em todos os postos de saúde. Pessoas que apresentam tosse por mais de três semanas, emagrecimento, sudorese noturna, febre a tardinha e cansaço fácil devem procurar uma unidade de saúde.
Vanda explica que a tuberculose é uma doença transmitida pelas vias respiratórias, através do ar que respiramos, da tosse, espirro ou fala. Incide em qualquer época do ano, mas é mais propensa a ser transmitida no inverno, em ambientes fechados. “As pessoas ficam mais confinadas, o que facilita a transmissão. Por isso é importante que os ambientes sejam arejados, recebam bastante sol e ventilação, condições que contribuem para dissipar o bacilo”, explica.
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A programação da semana inclui também momentos de capacitação para profissionais redutores de danos e da rede de atenção básica, além de ações de prevenção e monitoramento em casas geriátricas, conduzidas pela Unisc, parceira da iniciativa. Também durante as visitas domiciliares de rotina, as agentes comunitárias de saúde estarão abordando junto às famílias, formas de enfrentamento da doença.
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