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ENTREVISTA EXCLUSIVA

Secretária de Saúde afirma que quarta dose contra a Covid-19 não deve ser ampliada

Foto: Alencar da Rosa

Arita afirmou que é preciso fechar cadeia de imunização antes de ampliar o público

A secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, descartou ampliar a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 para pessoas com menos de 40 anos e sem comorbidades. A alegação é de que, antes de avançar para outros públicos, é preciso priorizar o grande contingente de gaúchos que está com a imunização atrasada.

A declaração foi feita em entrevista à Gazeta do Sul e à Rádio Gazeta. Embora o Estado registre uma alta cobertura de primeira e segunda doses, 2,9 milhões de pessoas ainda não têm a primeira dose de reforço. Já em relação à quarta aplicação, o atraso chega a 2,1 milhões.

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Atualmente, a quarta dose é indicada pelo Ministério da Saúde apenas para pessoas acima de 40 anos e profissionais da saúde, à exceção de quem tem comorbidades. Em alguns municípios, as prefeituras ampliaram a faixa etária atendida, mesmo sem o respaldo do Estado. É o caso, por exemplo, de Porto Alegre.

De acordo com Arita, antes de ampliar o público-alvo, é necessário fechar a “cadeia de imunização”. “Se temos 3 milhões de pessoas que não fizeram a terceira dose, são essas pessoas que acabam se infectando e transmitem para o idoso que está em casa ou para a criança que tem comorbidades”, disse. Em Santa Cruz, segundo dados do Estado, 41,1 mil pessoas estão com a terceira dose atrasada e 27,8 mil estão com a quarta atrasada. O município segue a orientação estadual em relação às faixas etárias atendidas.

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A secretária ainda reforçou a necessidade de atenção em relação à situação da pandemia, apesar do arrefecimento nos casos confirmados. Após as festas de fim de ano, por exemplo, o País registrou uma elevação nas infecções e internações e o risco aumenta com o grande percentual de pessoas com a imunização atrasada. “A pandemia não acabou totalmente, até porque o vírus faz mutações e aparecem variantes com muita frequência. Temos que ficar sempre muito atentos”, alegou.

Na entrevista, Arita ainda alertou sobre a situação da dengue, diante do volume de casos registrados acima da média para o período neste verão. Também foi questionada sobre a centralização da regulação de consultas via SUS, que vem sendo criticada por prefeituras de municípios que têm gestão plena da saúde, como Santa Cruz. A prefeita Helena Hermany (PP), inclusive, já afirmou que pretende discutir o assunto com Arita neste ano.

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ENTREVISTA

Arita Bergmann – Secretária de Saúde do Estado

Tivemos uma disparada de casos de Covid-19 na virada do ano e agora há uma grande concentração de pessoas no Litoral, o que em outros anos gerou ondas de infecções. Além disso, há muitas pessoas com vacinação atrasada. Como a senhora avalia o momento atual da pandemia no Rio Grande do Sul? A pandemia não acabou totalmente, até porque o vírus faz mutações e surgem variantes com muita frequência. Temos que ficar sempre muito atentos. Na semana que passou, celebramos dois anos da chegada da vacina ao Rio Grande do Sul. Temos, sim, uma alta cobertura vacinal de primeira dose, com números superiores a 90%, bem como alta cobertura de segunda dose. Mas há muitas pessoas que não fizeram o esquema vacinal completo, que são três doses. Isso nos preocupa porque a população não fica protegida como poderia. Também temos dificuldades na imunização de reforço. São mais de 2 milhões de pessoas que não fizeram a quarta dose.

Muitas pessoas com menos de 40 anos e sem comorbidades gostariam de fazer a quarta dose, mas ainda não há autorização do Estado para isso, embora alguns municípios façam. Por que essa posição? Nós não autorizamos tecnicamente a vacina para quem tem menos de 40 anos por dois motivos. Primeiro, porque o Ministério da Saúde é quem emite as notas técnicas. Segundo, se temos 3 milhões de pessoas que não fizeram a terceira dose, são essas que acabam se infectando e transmitem para o idoso que está em casa ou para a criança que tem comorbidades. O Ministério da Saúde deve anunciar nos próximos dias a vacina bivalente. Não sabemos quais grupos serão contemplados, mas deveremos ter um esquema de uma nova vacina que protege contra as duas variantes com maior circulação no Estado, a exemplo da imunização anual contra a Influenza. Mas é importante também que os adolescentes, as crianças de 5 a 11 anos e os pequenos de seis meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias também se vacinem. Precisamos fechar essa cadeia de imunização para que tenhamos o menor número possível de casos confirmados.

O governo estadual emitiu um alerta em relação à situação da dengue no fim do ano. O quadro atual é preocupante? Na última quarta-feira, fizemos uma reunião com os municípios que têm o maior número de casos. Temos 30 regiões de saúde e, em janeiro, 13 regiões já estão acima da média esperada para o período com número de casos notificados. Com isso, vamos passar, a partir da última semana de janeiro, a monitorar semanalmente todas as regiões. Em 2022, tivemos a triste estatística de 99 mil casos registrados, dos quais quase 67 mil foram confirmados e com 66 óbitos. Desde que existe dengue no Rio Grande do Sul, foi o maior número de mortes em um ano. O Vale do Rio Pardo está com risco de epidemia. Por isso é preciso que os municípios se organizem, façam seu plano de contingência, criem comitês municipais, mas que a população também faça o seu papel, porque o cuidado para evitar criadouros depende muito mais da população.

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Municípios como Santa Cruz, que têm gestão plena da saúde, vêm registrando mais demora no agendamento de consultas desde que o processo foi centralizado no Estado. Como resolver isso? O Estado regulava 10 mil consultas e hoje está regulando mais de 60 mil. É um processo novo, mas de suma importância, porque não é só a questão do tempo, e sim de respeitar a fila única. A regulação é que classifica a fila conforme a prioridade. Não tem por que alguém entrar em uma consulta quando há outro paciente com muito mais gravidade. O sistema, então, organiza o acesso. Além disso, colocamos ambulatórios de especialidades em todos os municípios. Com isso, as pessoas terão serviços mais próximos. Estamos descentralizando o acesso, que antes era em Porto Alegre, para que as regiões tenham a possibilidade de ofertar algumas especialidades que são importantes

Saiba onde se vacinar em Santa Cruz

  • Primeira e segunda doses – 6 meses a 2 anos – UBS Clementina Martini.
  • Primeira e segunda doses – 3 anos a 4 anos – UBS Clementina Martini, ESF Arroio Grande e ESF Cohab.
  • Primeira e segunda doses – 5 anos a 11 meses – UBS Clementina Martini.
  • Primeira e segunda dose – 12 anos a 17 anos, Primeira dose – 18 anos ou mais e dose adicional, dose de reforço ou segundo reforço – ESF Senai, ESF Bom Jesus, ESF Gaspar, ESF Pedreira, ESF Figueira, ESF Faxinal, ESF Menino Deus, ESF Glória, ESF Cristal, ESF Rauber, ESF Progresso, ESF Esmeralda, ESF Arroio Grande, ESF Margarida, ESF Cohan, ESF Linha Santa Cruz, ESF Rio Pardinho, ESF Dr. Pedro Eggler, UBS Farroupilha, UBS Jacob, UBS Belvedere, UBS Verena, UBS Avenida e UBS Central.

Os horários de atendimento de cada unidade podem ser conferidos clicando aqui. Em algumas unidades, é necessário agendamento.

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