A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) divulgou, na quinta-feira, 22, o relatório elaborado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) sobre os efeitos do ciclone extratropical do dia 16 de junho nas atividades agrícolas dos municípios atingidos.
O material expõe perdas relacionadas à infraestrutura, produção primária, agroindústrias e cooperativas agropecuárias, além de apresentar um panorama da situação dos povos e comunidades tradicionais. Os dados são oriundos de um sistema chamado Sisperdas – abastecido, em primeira mão, com informações a respeito das localidades por todos os escritórios regionais e municipais da Emater.
Em relação à infraestrutura, 4.094,20 quilômetros de estradas vicinais foram afetados e 291 comunidades enfrentaram problemas de escoamento da produção. O número de produtores que tiveram suas construções e instalações afetadas chega a 1.595. A região prejudicada pelo ciclone extratropical é conhecida por sua produção de hortifrutigranjeiros. Porém, também ocorreram danos às lavouras de grãos e às atividades pecuárias, como avicultura, bovinocultura e suinocultura.
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As principais culturas de grãos afetadas foram milho e milho silagem e, em segundo plano, feijão de 2ª safra. As lavouras de trigo não foram impactadas, pois a região não é recomendada para esse tipo de produção. Um total de 306 produtores sofreram perdas na produção de grãos.
Em relação à fruticultura, a produção de banana nas encostas da Serra do Mar e a citricultura nas regiões dos Vales foram as culturas mais prejudicadas. Outras frutas tropicais também foram afetadas, uma vez que são cultivadas em áreas costeiras onde normalmente não ocorrem geadas. Um total de 2.471 produtores tiveram perdas na produção de frutas.
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Na olericultura, houve danos significativos principalmente nas culturas de folhosas e leguminosas. Um total de 1.804 produtores sofreram perdas na produção de hortaliças.
A atividade pecuária na região afetada é predominantemente conduzida por propriedades de agricultura familiar, de forma semi-intensiva. Além do campo nativo, esses criadores dependem de cultivos de plantas forrageiras para suprir as necessidades alimentares dos animais. As perdas nas pastagens se tornam, portanto, significativas, porque terão impacto direto na produção de leite e de carne nos meses posteriores ao evento. O relatório também mostra o impacto na perda de animais de criação na zona rural. Um total de 111 propriedades foram prejudicadas por essa adversidade.
Em relação às famílias indígenas, o relatório mostrou que, além das perdas na infraestrutura, também houve impacto direto na sua produção, sobretudo nos plantios de mandioca e na criação de pequenos animais, como galinhas e suínos.
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O município de Maquiné, local onde as equipes da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil e da Defesa Civil Nacional estão trabalhando desde domingo, 18, e que foi o primeiro a ter a situação de emergência homologada pelo Estado e reconhecida pelo ente federal, teve perdas estimadas R$ 52.200.000, sendo o mais prejudicado do Estado.
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Outro município que também teve situação de emergência homologada pelo Estado, Caraá, está na sequência da lista com R$ 16.359.500 em perdas. O Estado vem trabalhando na construção de um acesso emergencial após a queda de uma ponte no único acesso asfáltico do município, além de estar auxiliando na recuperação de uma unidade básica de saúde destruída pelo ciclone.
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Na quarta-feira, 21, uma comitiva do governo estadual esteve reunida com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em Brasília. No encontro, o governo do Estado apresentou a primeira estimativa de recursos necessários para apoio da União na reconstrução de cidades afetadas pelo ciclone. O reconhecimento dos decretos de homologação da situação de emergência é o primeiro passo para liberação de recursos. Ainda será necessária a aprovação, pelo ministério, dos planos de trabalho enviados por cada município.
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