No Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado nesta terça-feira, 10, a Secretaria da Saúde (SES) lança a campanha “Juntos na torcida pela vida – pedir ajuda faz bem”, com vídeos que serão veiculados nas redes sociais durante o mês de setembro, dedicado à prevenção ao suicídio. A campanha conta com a participação de atletas do Grêmio e do Internacional falando sobre a importância de as pessoas procurarem ajuda nos serviços de saúde.
A campanha “Juntos na torcida pela vida” é desenvolvida pelo Comitê Estadual de Prevenção ao Suicídio. Faz parte de uma programação que inclui ações que reafirmam a promoção à vida, com foco na prática de escuta, acolhimento, atenção e cuidado com as pessoas que apresentam sinais de sofrimento.
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O Palácio Piratini receberá iluminação cênica com luzes amarelas nesta noite de 10 para demarcar o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Também estão iluminados outros prédios públicos e privados de Porto Alegre com luzes amarelas, entre 1º e 15 de setembro. São eles: Assembleia Legislativa, na Praça da Matriz; Prefeitura de Porto Alegre; Pinacoteca Rubem Berta; Chalé da Praça XV; Mercado Público; Museu da Brigada Militar; e Museu do Trabalho.
Ainda no mês de setembro, será publicado o Informe Epidemiológico dos casos no Rio Grande do Sul em 2023. Elaborado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), o documento busca discutir essa temática, incentivando gestores e profissionais a planejarem ações de enfrentamento para esse problema de saúde pública.
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O Rio Grande do Sul, historicamente, apresenta as maiores taxas de mortalidade por suicídio do país. Entre 2015 e 2023, as taxas de mortalidade por suicídio no país subiram 38,37%. O Estado seguiu a tendência nacional, com 32,17% de aumento. Em 2023, ainda que os dados sejam preliminares, foram registradas 1.548 mortes por esse agravo no Rio Grande do Sul. Dos casos registrados, 80,04% são de pessoas do sexo masculino. A taxa de mortalidade dos homens aumenta conforme avança a faixa etária, crescendo também a diferença em relação ao sexo feminino.
A partir do ano de 2022, também houve um aumento na mortalidade por suicídio da população indígena no Estado. No ano de 2023, atingiu seus maiores números (29,29%). “Adotar um recorte de equidade na análise epidemiológica do comportamento suicida não só melhora a eficácia das intervenções, mas também promove um sistema mais justo e inclusivo que reconhece e enfrenta as desigualdades existentes. Isso contribui para uma abordagem mais eficaz na promoção da saúde mental e na redução das taxas de suicídio”, ressaltou o coordenador do Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, Bruno Moraes.
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A notificação do comportamento autolesivo (arranhões, queimaduras, perfurações, mordeduras e cortes) e da tentativa de suicídio é compulsória e deve ser feita em até 24 horas, conforme Portaria do Ministério da Saúde 1.271, de 6 de junho de 2014, com o propósito de garantir a intervenção oportuna nos casos.
De 2015 a 2023, foram realizadas 227.111 notificações de violência interpessoal/autoprovocada no Rio Grande do Sul. Destas, 69.689 foram classificadas como comportamento autolesivo e tentativa de suicídio, o que representa 30,68% do total das notificações.
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Pode-se observar aumentos mais acentuados nas taxas de notificação das lesões autoprovocadas nas faixas etárias de 15 a 19 anos e de 20 a 29 anos no período de 2016 a 2019. A faixa etária de 10 a 14 anos apresenta expressivo aumento das taxas a partir de 2020, no contexto pós-pandemia.
A notificação é um elemento-chave na atenção integral às pessoas vítimas de violência e tem como um dos objetivos principais subsidiar as políticas públicas para prevenção e atenção às situações de violência, indicando prioridades e permitindo a avaliação das intervenções.
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A SES, por meio do Cevs, desenvolve ações de qualificação das notificações do comportamento autolesivo junto às Coordenadorias Regionais de Saúde e aos municípios. São promovidas capacitações mensais para os profissionais da saúde e da rede intersetorial para a identificação/notificação no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) e encaminhamento dos casos.
Há um esforço conjunto com a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População LGBT para ampliar em todo território estadual as notificações dos casos de violência. Atualmente, a pasta dialoga com os ambulatórios trans para intensificação dos registros.
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A Vigilância Epidemiológica e o Observatório de Análise de Situação do Comportamento Suicida do RS estão trabalhando para constituir a investigação dos óbitos por suicídio no Estado, visando ampliar o olhar sobre o fenômeno e identificar ações que possam contribuir para o enfrentamento do suicídio. “Ainda existe uma subnotificação dos casos de violências, principalmente da violência autoprovocada. Precisamos avançar nas notificações em serviços de atenção primária e secundária, bem como qualificar a completitude dos campos da ficha de notificação, especialmente quanto à orientação sexual e à identidade de gênero”, destacou a especialista em saúde do Cevs, Marcia Fell.
Para enfrentar esse problema de saúde pública, o Estado conta, desde 2016, com um Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, coordenado pela SES e com composição intersetorial. Este ano, o Comitê está organizando eventos descentralizados nas regiões com maiores índices de mortalidade por suicídio. Além disso, apoia a pasta em palestras sobre promoção de saúde mental com os profissionais que atuam diretamente com os jovens nas instituições de ensino.
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Por meio do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS), a SES vem fortalecendo ações de valorização da vida, com foco especial na pessoa idosa através da Rede Bem Cuidar RS, e qualificando o cuidado em saúde mental na Atenção Primária. Por conta da complexidade do tema, a diretora do DAPPS, Marilise Fraga, ressaltou que é importante efetivar ações de promoção da vida durante todo o ano. “A continuidade nas ações de prevenção do suicídio é essencial para garantir uma abordagem eficaz e integrada que ofereça suporte e recursos necessários ao longo do tempo, ajudando a salvar vidas e promovendo o bem-estar mental.”
Se você estiver se sentindo deprimido(a) e/ou sem motivação para viver, busque ajuda. Compareça à unidade de saúde mais próxima da sua residência e converse com um profissional.
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