Categories: Ruy Gessinger

Seca e o vento da fome (2)

Para que haja irrigação, é preciso que os açudes se encham quando chove torrencialmente e se aproveite toda e qualquer gota. Ou usando cisternas ou poços.

A grande verdade é que água é fundamental em toda a nossa natureza. Sem água, uma pessoa de boa saúde, com todos os seus órgãos saudáveis, numa temperatura amena, pode viver só de três a cinco dias. Creio que as secas sempre existiram; é o que relatam escritos antigos como o das vacas magras.

Como aludi na crônica anterior, de que adianta ter vasta área de terras se não se tem água reservada? E, agora, outra questão: já tens mil hectares de campo e pensas em adquirir mais 100 que fazem limites com os tua propriedade. Com o dinheiro desses 100 hectares, poderias construir os açudes e instalar a irrigação. Acho melhor negócio não comprar e optar por fazer os açudes. Melhor é otimizar o que já se tem, para não ter perdas por falta de água.

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E quem tem terra, é trabalhador de sol a sol, mas não tem dinheiro para fazer os melhoramentos? Não seria de se facilitar, com prazo e juros pequenos, o pequeno e o médio produtor? Como disse no artigo anterior, o Senado vem de aprovar a MP do Agro, aportando R$ 5 bilhões
em crédito e redução de juros para
o setor.

Vamos lembrar que sem comida ninguém sobrevive.

Daí que concordo com quem proclama que a agricultura, aí se compreendendo criação de animais e plantações, é pressuposto para haver outras atividades. Principalmente porque, repito, nada prospera ou se sustenta sem alimentação, ao menos enquanto o homem não inventar outros meios.

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E como é que se explica que os governantes, em sua maioria, ao menos até esta data, abandonam os criadores de alimentos, sem lhes proporcionar condições de melhor e mais qualificada safra?

Faço uma comparação com o Bolsa Família, cujo mérito não vou discutir. Mas se sabe que muitos beneficiários são ajudados mas não se ajudam. Eu penso que o pequeno e médio produtor rural faria de tudo para otimizar sua terra se tivesse a assistência efetiva dos bancos e órgãos oficiais. Se o colono e o criador tivessem juro zero para poder produzir mais e melhor e houvesse subsídio, o Brasil lucraria como nunca.

O problema seria nosso atávico gosto pela corrupção. Já tivemos escândalos, como adubo papel e outros, em que a verba acabou parando em mãos de quem nunca visitou uma lavoura.

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Ainda acredito na seriedade do atual governo. E estou na esperança de que ainda vai acabar o bate-cabeças. E que o presidente se lembre de que o Criador nos deu duas orelhas e só uma boca.

TI

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TI

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