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Se o Estado fizesse a sua parte!

Vejo motivos para começar a semana com uma perspectiva promissora. Estive na Estação Rodoviária, agora renovada e repaginada, em fase final de execução das obras, e ouvi elogios: “Até que enfim temos uma Rodoviária à altura de Santa Cruz”.

Passei na Marechal Floriano e vi o nosso Quiosque cercado de tapumes. Um tanto chocante para o cenário que estamos acostumados a ver, mas animador porque já antevejo aquele espaço nobre reaberto ao público. E ainda mais magnífico do que as lembranças que guardamos de diferentes épocas deste local privilegiado do centro.

Também reparei que, enfim, em uma das áreas mais seletas da cidade, no quarteirão entre a Rua Tiradentes e a Galvão Costa, obras de demolição e remoção de escombros dão alento. Confesso que me constrangia, como cidadão santa-cruzense, com o casario sucateado desse espaço quase diante dos portões do Parque da Oktoberfest.

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Até ouso imaginar: no lado norte do Palacinho, conectando a Praça da Bandeira e o calçadão da Marechal Floriano com o Parque da Oktoberfest, logo teremos um Mercado Público. Por certo, um conjunto arquitetônico que vai redesenhar o cenário e abrir novos atrativos para o público que já costuma frequentar aquela área.

E, é claro, temos que saudar o início da implantação da elevada na Avenida Euclydes Kliemann, que deve desafogar o trânsito numa das áreas mais congestionadas da cidade. Arrisco dizer que, uma vez concluída, essa obra será lembrada como um marco da capacidade de gestão e realização do Executivo Municipal.

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Justamente o oposto do que nos entrega o Estado, eficiente apenas quando nos cobra tributos. Há um abismo entre o que os municípios conseguem realizar, mesmo que sobrecarregados de compromissos, e o que o Estado e a União oferecem em contrapartida pelo que arrecadam.

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Vamos ser objetivos: excetuando o viaduto do trevo Fritz e Frida, em Linha Santa Cruz, e os recursos com rubrica já comprometida para saúde e educação, o que recebemos em troca do que arrecadamos?
Quase nada! Mesmo fazendo uma sangria nos contracheques dos seus servidores, aposentados e pensionistas, o Estado não avança em obra alguma.

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Já escrevi neste espaço e repito: como o governador se permite dormir quando alardeia que o foco do seu (segundo) governo é a educação e ainda não conseguiu reconstruir a Escola José Mânica, que está há 13 anos ministrando aulas para seus alunos em salas de lata? E, sem constrangimento, promete obras de reparo e manutenção (!) em outras escolas para 2025?

Isso sem falar na malha rodoviária regional. É uma lástima. Semana passada nos aventuramos pela ERS-403, antiga estrada que liga Rio Pardo e Cachoeira do Sul. Essa rodovia é um atestado incontestável da incompetência do Estado e da fragilidade de nossa representação e mobilização política.

Não se vê máquinas em operação, apenas a brita colocada na base em trecho da rodovia sendo arremessada para os barrancos por carretas que nem poderiam estar trafegando por aquela buraqueira. Por que pararam de novo as obras no sentido Cachoeira a Rio Pardo? Por que sequer recomeçaram as obras no sentido inverso?

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Enquanto isso, há quem sonhe e gente do governo dizendo que “vê com bons olhos” a construção de um porto no Rio Jacuí, em Rio Pardo. Alguém acredita?

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Guilherme Bica

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Guilherme Bica

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