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Se Brasil não fizer lição de casa, economia pode piorar, indica BC

A economia brasileira pode se deteriorar ainda mais se o país não der segmento às políticas de ajuste das contas públicas e de redução da inflação, na avaliação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. No encontro de fim de ano realizado nesta quinta-feira, 17, entre a diretoria do BC e jornalistas, o presidente do BC afirmou também que o rebaixamento na nota de crédito do país anunciado pela Fitch e a alta de juros nos EUA, nesta quarta-feira, 16, eram dois movimentos já esperados pela instituição e pelo mercado e que as primeiras reações foram de tranquilidade.

“A percepção de risco já era de subgrau de investimento há algum tempo. O fato de hoje não estarmos mais classificados como grau de investimento não quer dizer que, se não fizermos nada ou se tomarmos opções equivocadas, que essa percepção de risco não possa se deteriorar”, afirmou. Da parte do BC, ele afirmou que o trabalho será colocar a inflação, atualmente superior a 10%, dentro do limite de até 6,5% em 2016.

“Temos de fazer o nosso dever de casa, completar esse ajuste para retomar o crescimento sustentável o mais rápido possível. Isso passa pela consolidação fiscal e, do nosso lado, que produzamos essa desinflação na economia brasileira.” Sobre o estouro do limite da meta de inflação em 2015, afirmou que não há política monetária que compense no curto prazo um choque de custos da magnitude verificada. O BC atribui a alta dos preços, principalmente, ao dólar e aos reajuste de tarifas e preços controlados pelo governo, como a gasolina.

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Tombini afirmou que 2015 foi um ano “com suas complexidades na área política”, que prejudicaram a condução dos ajustes econômicos promovidos pelo governo. Ele disse que não trataria do assunto, que não é sua “praia”. Mas a questão política dominou as conversas entre os diretores do BC e os jornalistas.

A avaliação é que o governo não tem muito o que fazer para melhorar o quadro econômico enquanto não houver uma definição em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para os diretores, a vitória ou derrota da presidente ajudará a reduzir as incertezas sobre o quadro econômico. Os representantes da instituição também se mantém otimistas em relação a aumentos menores dos preços no próximo ano diante do nível atual das taxas de juros. E avaliam que a queda do dólar deve ajudar na recuperação dos investimentos no país. Principalmente por parte de empresários que queiram aproveitar a redução de custos em moeda estrangeira e tenham como foco mais as exportações do que o mercado interno.

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